Editora Dolores Editora. None None. 112 páginas.

Sobre


Algumas construções tornam-se símbolos. O que vem na sua cabeça: pirâmides, a Estátua da Liberdade ou a Torre Eiffel? O Brasil do século XXI também criou um símbolo. A Arena da Amazônia agrupa aspectos do que há de errado com o futebol e a preservação da floresta brasileira. Pode parecer uma mistura esquisita. Mas ela é real.

A construção do estádio utilizou uma cadeia de produção do aço cujas empresas são investigadas por uso de carvão fruto de desmatamento e uso de mão de obra ilegal. Depois que a obra faraônica estava de pé, ela quase não é utilizada. Afinal, o futebol local sofre e sofre muito.

Mesmo no ano da Copa do Mundo o futebol amazonense alcançou uma média de público de 662 pagantes por partida. Um campeonato com 59 jogos disputados, que levou 41,5 mil pessoas aos estádios, menos que a capacidade da Arena da Amazônia, estádio para 44,5 mil espectadores construído para sediar quatro jogos do Mundial ao custo de R$ 669,5 milhões.

O futebol brasileiro sofre, assim como a floresta. No dia 8 de julho de 2014, sob olhar incrédulo de 200 milhões de brasileiros, a Alemanha humilhou o Brasil. O que se procura explicar desde então é como fomos eliminados de uma Copa do Mundo naquelas condições — em casa, na semi-final, por um placar de 7 x 1 (fora o baile). E aqui no BRIO, ousamos perguntar: o Brasil é mesmo o país do futebol?

Dois jornalistas se prontificaram a responder e, em vez de se inscreverem numa coletiva de imprensa da CBF, Raul Andreucci e Tulio Kruse propuseram uma forma heterodoxa de lidar com a questão: ir à selva amazônica buscar as respostas. Embora improvável, os personagens, histórias, dados e investigações que eles trouxeram de lá jogam luz sobre a verdadeira situação do futebol brasileiro a partir do microcosmo do futebol amazonense.

A partir daqui você lerá o que acontece com jogadores, trabalhadores, treinadores e a própria bola em meio a uma floresta ameaçada.