Resumo

Meu objetivo neste artigo é trazer as crônicas de Nelson Rodrigues sobre futebol para um lugar de destaque com a defesa de sua “imortalidade”, contrariando uma visão comum que as enxerga como um mero apêndice da consagrada obra rodrigueana. Faço isto com base na estética de Kant, para quem o belo é algo que dá muito a pensar, sempre suscitando novas reflexões, uma vez que nenhuma explicação consegue abarcar por completo a forma bela e a rica matéria da obra de arte. Defendo o caráter “imortal” da crônica esportiva de Nelson Rodrigues em duas etapas: primeiro mostro que a forma de escrita presente em toda a obra rodrigueana (sua crônica não-esportiva, os romances e teatro) atravessa também seus textos sobre futebol, fazendo com que possuam, além de uma matéria específica (o futebol), uma forma estética que por si só gera um encantamento com a obra; e na segunda etapa (2) defendo que o assunto de suas crônicas esportivas, o futebol, traz consigo uma rica matéria estética, uma vez que este passa a ser entendido a partir de seu traço fundamental, sua inexplicabilidade, decisiva para a sustentação do caráter “imortal” da crônica esportiva de Nelson Rodrigues.

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