A Superstição de Atletas Participantes do JIFEM
Por D. Eleoterio (Autor), M. R. Dias (Autor), M. Z. Martins (Autor), R. C. Kocian (Autor).
Resumo
A superstição é um fator comum no cotidiano das pessoas, sendo que rotineiramente nos deparamos com comportamentos diversos, tais como: ter amuletos, não passar embaixo de escadas, usar roupa da cor predileta, entrar em um local com a perna direita, etc. No âmbito esportivo diversos comportamentos supersticiosos se repetem, sendo que uma investigação sobre o comportamento dos atletas mostra-se necessária para subsidiar o trabalho psicológico dos treinadores. Dessa forma, o objetivo do trabalho foi verificar a superstição em atletas escolares durante os Jogos dos Institutos Federais de Minas Gerais (JIFEM). Trabalhamos com uma pesquisa do tipo qualitativa e como instrumento de coleta de dados utilizamos um questionário com questões mistas. A amostra foi composta por 186 atletas, participantes do JIFEM no ano de 2012 na cidade de Muzambinho-MG, com idade variando de 14 a 21 anos, praticantes das modalidades coletivas (basquetebol, futebol, handebol, voleibol) e individuais (atletismo, tênis de mesa e xadrez). Nos deparamos que 33 % dos entrevistados possui algum tipo de superstição antes da partida sendo alguns tipos de superstições citadas como: oração, entrar com o pé direito, uso de acessórios (meia, camiseta ou cueca da sorte), entre outras. Também encontramos que 34% as equipes possuem algum tipo de crença supersticiosa, sendo as mais citadas a religião ou rituais em grupo como gritos de guerra ou entrada conjunta no campo de jogo. Nos deparamos também que 55% dos atletas acreditam que rezar interfere no resultado final da partida e que 86% dos treinadores desenvolve algum tipo de trabalho psicológico com a equipe, porém nenhum voltado a parte de superstição. Podemos concluir que, dentro do universo pesquisado, o fator superstição é importante nos atletas escolares e que a crença de que rezar pode alterar o resultado final da partida. Assim como exposto na literatura é impossível dissociar religião de superstição, conforme apresentados nos dados coletados. Sugerimos, ao término deste trabalho, que os profissionais das ciências do esporte iniciem um trabalho voltado para a psicologia do esporte, especificamente a questão da superstição e o esporte escolar.