A Suplementação de Curcuma Não Atenua o Dano Muscular Mas Reduziu a Sensação de Dor Após Uma Corrida de Meia Maratona
Por Flávia Rasmussen Faria (Autor), Aline Corado (Autor), Alison Henrique Antunes (Autor), Ronyson Camilo Soares (Autor), Tatyanne Letícia Nogueira Gomes (Autor), Joao Felipe Mota (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: O exercício físico possui a capacidade de aumentar a atividade antioxidade do organismo, em contrapartida, quando praticado de forma intensa, aumenta a produção de espécies reativas de oxigênio e a inflamação, podendo causar danos musculares. A curcumina, um componente amarelo-alaranjado do açafrão, é derivado da planta cúrcuma (Cúrcuma Longa L.), e tem sido amplamente estudada devido à sua capacidade antioxidante e anti-inflamatória. Objetivo: o objetivo deste estudo foi examinar o efeito crônico da ingestão de cúrcuma após uma corrida de meia maratona em marcadores indiretos de dano muscular e a percepção da sensação de dor.Métodos: vinte e oito homens completaram um ensaio duplo-cego randomizado-controlado. Divididos em dois grupos: o suplementado Curcuma Longa L. (GS) e o grupo placebo (GP), foi ingerido capsulas duas vezes ao dia (duas cápsulas durante o almoço e uma cápsula durante o jantar), cada capsula continha 500 mg, ingeridas durante 4 semanas, e depois três cápsulas imediatamente antes da meia maratona. As medições foram feitas na linha de base (M0), antes da meia maratona, logo após a meia maratona), duas horas após a meia maratona 24 horas após a meia maratona e 48 horas após a meia maratona, avaliando: CK, LDH, e a sensação de dor no bíceps femoral. Protocolos: indução de estresse e dano muscular a prova escolhida foi a meia maratona de Goiânia, com largada às 7 horas da manhã, temperatura média de 29°C e vento de 16 km/h;Questionário de dor muscular: O procedimento foi realizado no músculo bíceps femoral. O corredor ficou deitado em uma maca, onde foi realizado por um único avaliador formado em fisioterapia. O alongamento máximo do bíceps femoral deu-se por 3 segundos. Em seguida, foi realizada a palpação do músculo aplicando a pressão no ponto médio entre a origem e a inserção do músculo por 3 segundos com os dedos indicador médio e anelar. No final de cada procedimento foi entregue uma escala (linha de 0 [sem dor] a 10 cm [dor máxima]). Avaliações laboratoriais: Após a coleta, os tubos de sangue contendo EDTA, para a separação do plasma e eritrócitos, e sem EDTA, para separação do soro, foram imediatamente centrifugados por 10 min a 3500 rpm e 4ºC. As concentrações de CK, LDH, foram determinadas pela metodologia cinética colorimétrica no equipamento Sellectra 2 Merck Millipore®. Os kits utilizados foram da Labtest Diagnóstica AS.Estatística:os valores também foram avaliados quanto a normalidade pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Para avaliação pareada entre os momentos foi realizada ANOVA one-way, caso fosse constatada diferença estatística, o teste de Friedman foi realizado para verificar os momentos diferentes. As diferenças entre os grupos foram avaliadas a partir do test T de Student ou Mann Whitney. O nível de significância adotado foi de 5%. Todas as análises foram realizadas utilizando o software Stata versão 12.0. Resultados: GS diminuiu a dor muscular em palpação de bíceps femoral 48 h após a meia maratona (P <0,05). Não houve diferença entre os grupos de CK, LDH, mas LDL no GS, retornou aos seu valores basais mais rapidamente 24 horas após a meia maratona, fato não ocorrido no GP. Conclusão: Curcuma não reduziu o dano muscular após uma corrida de meia maratona, mas melhorou a sensação de dor muscular após a competição.