A suplementação de isoflavona não potencializa efeitos do exercício físico nos sintomas climatéricos e redução de pressão arterial: estudo clínico, controlado, randomizado e duplo cego
Por Juliene G. Costa (Autor), Jessica S. Giolo (Autor), Igor M. Mariano (Autor), Ana Luiza R. Amaral (Autor), Jaqueline P. Batista (Autor), Guilherme M. Puga (Autor).
Em VI Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
Diversas alterações endócrino metabólicas ocorrem durante o período do climatério provenientes da falta do estrogênio que resultam no aparecimento dos sintomas climatéricos e aumento do risco de doenças cardiovasculares. A suplementação de isoflavona juntamente com o exercício são alternativas utilizadas para reverter e/ou retardar essas alterações características do período após a menopausa. OBJETIVOS: Verificar efeitos aditivos da suplementação de isoflavona associada a exercícios combinados nos sintomas climatéricos e nas respostas da pressão arterial em mulheres na pós-menopausa saudáveis. MÉTODOS: Participaram do estudo 32 mulheres na pósmenopausa, normotensas, com idade de 54,4 ± 5,4 anos, IMC de 26,6 ± 3,0 kg/m2 e 5,6 ± 4,6 anos após a menopausa foram aleatoriamente designados para o grupo: placebo e exercício (PLA+EXE, n = 15) ou isoflavona e exercício (ISO+EXE, n = 17). No início do estudo e após 10 semanas foram avaliados a antropometria, sintomas climatéricos por três questionários específicos: Índice de Kupperman-Blatt (IKB), Menopause Rating Scale (MRS) e Escala de Cervantes (EC) e a pressão arterial através da monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) por 24 horas. Para verificar as diferenças intragrupos, antes e após a intervenção, o teste t de Student para amostras dependentes, a diferença absoluta entre os valores dos momentos inicial e final foi calculada (delta Δ) teste t para amostras independentes, realizado no programa estatístico Statistica versão 10.0. A variação pressão arterial ao longo do tempo foi analisada pela área abaixo da curva (AUC) utilizando o software GraphPad Prisma versão 6, com nível de significância de p < 0,05. RESULTADOS: No grupo PLA+EXE houve reduções significativas na MAPA nos períodos de vigília na PAM (5%) e PAD (4%), no período de 24 horas total na PAD (4%), na PAS e PAM ao longo de todo o tempo. Os dois grupos apresentaram redução significativa da sintomatologia climatérica (p< 0.01) nas análises intragrupos após o treinamento, avaliada pelos questionários IKB, MRS e EC: no grupo PLA+EXE redução de: 50%, 40%, 42% respectivamente e no grupo ISO+EXE redução de: 45%, 41% e 39%, mas sem diferença significativa entre eles. CONCLUSÃO: A isoflavona de soja, na dose de 100 mg/dia, não potencializa os efeitos obtidos pelo treinamento na redução da sintomatologia climatérica e redução da pressão arterial em mulheres na pós-menopausa, podendo reduzir os efeitos induzidos pelo exercício.