Resumo

RESUMO A suplementação oral de creatina em ratinhos induz sobrecarga hepática proteica. Com o intuito de melhorar o rendimento desportivo, a suplementação de creatina tem sido uma prática vulgar entre atletas de diferentes modalidades. Apesar de numerosos, os trabalhos experimentais realizados sobre o tema são sobretudo direccionados para o músculo esquelético, conhecendo-se ainda muito mal as repercussões da ingestão de creatina no tecido hepático. Com o objectivo de estudar os seus efeitos sobre aquele tecido, um grupo de ratinhos foi submetido a um suplemento de creatina, por via oral, durante seis dias, no fim do qual foram avaliados alguns parâmetros hepáticos e comparados com os de um grupo controlo. Os animais sujeitos à acção da creatina mostraram um acentuado incremento do seu peso corporal, provavelmente explicado pela retenção hídrica. O conteúdo total de proteínas assim como as concentrações de fosfocreatina no fígado destes animais, comparativamente aos animais do grupo controlo, apresentaram aumentos similares na ordem dos 23%. No que diz respeito à actividade das enzimas hepaticas estudadas, a GOT diminuiu, enquanto que a GPT mostrou uma tendência para aumentar. Estas modificações na concentração de substratos e na actividade enzimática podem ser explicadas pelas alterações metabólicas induzidas pela sobrecarga de aminoácidos componentes da creatina. As concentrações de ATP e a actividade da CK não mostraram qualquer alteração comparativamente aos animais não tratados. Os resultados sugerem que o suplemento de creatina induz sobrecarga hepática de proteínas com alterações concomitantes do metabolismo deste tecido. Palavras-chave: suplemento de creatina, fígado, retenção de água.