Resumo

 A postura é o arranjo dos segmentos corporais avaliados em determinada posição e momento. A má postura momentânea expressa o relacionamento entre o sentimento e/ou circunstâncias psicológicas e o arranjo corporal momentâneo, sem que haja alterações mecânicas permanentes na postura. Práticas físicas planejadas melhoram a aptidão física e contribuem com o alinhamento adequado da coluna vertebral de adultos, adolescentes e idosos, sendo, portanto, o objetivo deste estudo investigar o relacionamento entre níveis de atividade física, desvios posturais e condição psicológica de trabalhadores ativos. Métodos: 27 voluntários participaram da pesquisa. A postura foi avaliada pelo SAPO, o nível de atividade física através do IPAQ e os aspectos psicológicos pelos questionários DASS-21 e Inventário de Beck para Depressão. Foi realizado teste não-paramétrico U Mann-Whitney conforme os padrões de normalidade (Teste Kolmogorov-Smirnov; p >0,05) e homogeneidade (Teste Levene; p> 0,05) das variáveis dependentes. Além disso, as variáveis foram correlacionadas através do teste de Spearman. O índice de significância foi ajustado para 10% (p<0,1). Resultados: Com relação a postura houve predominância (73,21%) dos desvios posturais voltados para o lado direito, porém não foi encontrado resultado estatisticamente significativo em nenhuma das análises de atividade física e aspectos psicológicos com a postura. Verificou-se na correlação que quanto mais indivíduos fisicamente ativos pior é o funcionamento de suas costas (questão 1), p=0,091, e maior é o número dos que sentem dor nas costas em uma posição curvada (questão 2), p=0,029. Houve correlação na presença de níveis significativos de sintomas depressivos em que mais pessoas apresentaram um funcionamento ruim das costas (p=0,002) e/ou sente dor nas costas em uma posição curvada (p=0,06) ou em qualquer outro momento (p=0,06). Conclusão: Os desvios posturais apresentam características de relacionamento contraditórios aos perfis depressivos, ansiedade e estresse. Índices apropriados de atividade física não são suficientes para promover alterações benéficas nas circunstâncias psicológicas do indivíduo. Diante destes achados recomenda-se a adoção de comportamento ativo, porém com as devidas preocupações com a postura e intensidades apropriadas.

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