Resumo

Sim! A tarefa editorial, tal como nos indica a mitologia grega, é aquela do árduo e rotineiro trabalho, que se reinicia a cada dia e que nunca é concluído.

Mais do que isso, a tarefa editorial se vê aumentada em sua complexidade e responsabilidade, demandando novos estudos e atividades que vão sendo exigidos pela comunidade acadêmica e lógica da política científica internacional. Quase nada há de liberdade e criatividade no trabalho dos editores de uma revista científica.

Nem bem finalizamos as atividades relativas aos 20 anos da Revista Pensar a Prática, com a justa comemoração pela publicação ininterrupta e sua crescente qualificação, e novas atividades exigiram ser desenvolvidas como fruto da autoavaliação que deve acompanhar todo bom trabalho editorial.

Tal como anunciamos, uma importante inovação na sistemática da revista é o serviço de identificação de plágio que vem funcionando desde o início de 2017, inovação do portal de periódicos da UFG, que identifica a similaridade de palavras. Ainda que o ideal fosse sua utilização quando da avaliação de layout e antes do processo de revisão por pares, seu uso na fase de editoração para textos aprovados para publicação já tranquiliza a equipe editorial e coloca o periódico nos trilhos das boas práticas editoriais.

A revisão de todas as informações da revista, complementação de seu histórico, diretrizes aos autores e normas de submissão, processo de avaliação por pares e política de seções, além de sua respectiva tradução aos idiomas inglês e espanhol, constitui-se em importante tarefa deste primeiro semestre de 2018. Sobre isso, registra-se que, a partir de julho, a Pensar a Prática passará a avaliar simultaneamente até 2 artigos do mesmo autor/coautor e caso esse limite seja extrapolado a nova submissão será arquivada sem apreciação de mérito. Além disso, publicará até dois artigos do mesmo autor/coautor por ano.

Ademais, todos os 705 revisores cadastrados na revista foram contatados individualmente para saber de seu interesse em permanecer colaborando com a revista e temos a alegria de comunicar que 512 deles mostraram-se disponíveis para fazer a avaliação dos manuscritos submetidos a revista; uma importante tarefa no ciclo científico e acadêmico que ainda não teve sua importância reconhecida na política científica nacional.

Outra importante tarefa desenvolvida, são os estudos relativos ao foco e escopo da revista, analisando a trajetória e fase atual de outros grandes periódicos do campo da Educação Física no Brasil e no exterior, como também elaborando levantamentos das subáreas dos textos publicados pela revista desde o ano de 2012.

Isso porque, a principal tarefa de um editor no atual estágio da política científica seja a busca por novas indexações da revista em novas e mais fortes bases de dados. Esta, talvez, seja a pedra mais difícil de ser levada ao alto da montanha, ainda parodiando a mitologia grega. Uma revista é menos avaliada pelo que é do que por aquilo que dizem que é ou deve ser, em exigências por vezes sem sentido ou absurdas, quando generalizadas a todos os países, todas as áreas do conhecimento e todos os modos de produzir o conhecimento científico.

Nesta direção, título e subtítulo da obra de Albert Camus – O mito de Sísifo: um ensaio sobre o absurdo (2002) – são profundamente adequados. Há que se ter algo de revolta, exercendo a liberdade e a paixão pelo que escolhemos e fazemos, para não desistirmos por completo de nossa vida (acadêmica).

Bom proveito!

Ana Márcia Silva

Heitor de Andrade Rodrigues

Referências

CAMUS, Albert. O Mito de Sísifo: ensaio sobre o absurdo. Lisboa: Editora Livros do Brasil, 2002

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