Resumo

Traduzindo a desilusão dos intelectuais da Escola de Frankfurt em relação às
transformações do mundo contemporâneo, a Teoria Crítica foi elaborada como
uma reação à razão iluminista, nos alertando que esta perdeu sua destinação
humana. Cautelosa em relação à racionalização crescente na área educacional,
a Teoria Crítica traz importantes subsídios à percepção do processo educativo,
contextualizado-o em uma realidade social dinâmica e complexa. Seus
pressupostos tornam-se imprescindíveis para a construção de uma educação
física engajada na formação de um homem integral. Integralidade essa, que
não se limita aos aspectos cognitivos e afetivos, exercitados apenas em um
determinado modo da racionalidade característica da filosofia positivista. Mas
o homem integral também não se limita ao aspecto psicomotor, como
freqüentemente observa-se na educação física escolar. Neste contexto, com
este trabalho procuramos mostrar que para a educação física escolar contribuir
na formação de alunos capazes de elaborarem a crítica da civilização técnica,
não basta colocarmos os profissionais dessa área em contato com "fragmentos"
de conhecimentos, dominados pela ótica da racionalidade científica (como
acontece em alguns cursos de graduação em educação física). Através de
pesquisa bibliográfica - enquanto processo de documentação indireta -
realizamos um levantamento e seleção da bibliografia apropriada e, em seguida,
um estudo dos textos em profundidade, de modo a compreendê-los,
apreendendo a mensagem dos autores e fazendo um julgamento sobre os
mesmos (leitura analítica). Dessa forma, verificamos que a educação física tornase prisioneira de uma racionalidade que coloca a ciência e a técnica a serviço
do capital e da dominação da natureza para fins lucrativos. Esse modelo de
educação física, forjado pela racionalidade científica, consegue o feito de
converter o homem em um escravo de sua própria técnica. Em contrapartida,
a Teoria Crítica nos remete a uma educação física que apesar de inspirar-se em
um determinado modelo de homem (que não deixa de ser metafísico), não se
esquece de voltar ao homem real, que tem necessidades e desejos. Não se trata
de um pessimismo metafísico, mas de uma redefinição da razão e sua implicação
na educação física. Assim, ensinar educação física na escola é incitar o aluno a
pensar o corpo e, com o corpo, levando-o a fazer a crítica da própria razão que
limita sua atividade corporal a uma única perspectiva.

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