Resumo
Pesquisas que reportem informações a respeito da influência do exercício de força sobre o sistema venoso são escassas. Ao se buscar dados
capazes de corroborar idéias e elucidar dúvidas em relação ao tema, lacunas são identificadas não permitindo respostas conclusivas. Objetivo: Analisar o
efeito agudo do exercício de força sobre o diâmetro venoso (DV) superficial dos membros inferiores (MI). Método: Em um estudo quase?experimental, 22
homens treinados (22,50±1,87anos; 81,20±13,39kg; 1,73±0,04m; 26,80±3,52kg/m2, 18,64±3,32%G) foram submetidos a exercícios de força a 80% da carga máxima, prescrita por meio de teste de força, com volume de 6 repetições em 3 séries e velocidade de 50beats controlada por metrônomo, com intervalos de 2 a 3 min. Os exercícios foram executados na seguinte sequência: agachamento, lunge com avanço e flexão plantar em pé. Utilizou-se para sessão experimental: anilhas entre 5 e 20kg e barras de 2m de 12kg. Os diâmetros venosos e o refluxo venoso foram medidos na veia safena interna (VSI) e externa (VSE) do membro inferior direito e esquerdo, em repouso e imediatamente após a execução de cada série de força, com a utilização do
Eco-Doppler colorido. Os pontos anatômicos para medição dos diâmetros no I foram marcados nos segmentos da perna (3 pontos) e coxa (4 pontos). Os
dados foram expressos descritivamente por média e desvio padrão, e as diferenças estatísticas entre séries e segmentos foram determinadas
aplicando-se análise multivariada de medidas repetidas, teste U de Mann-Whitney, respectivamente com nível de significância de 5% (p0,05) em
programa SPSS versão 16.0. Resultados: Nenhum individuo apresentou refluxo venoso durante a sessão experimental, apontando para o fato do não
comprometimento das estruturas venosas durante o exercício de força. Observou-se médias estatisticamente maiores dos DV (p0,05), das VSI de
ambos membros, na coxa em comparação com as medidas da perna, em repouso; após a execução da 1ª série, após a 2ª série, e 3ª série ( todas com
p0,05), possivelmente devido ao aumento anatômico dos DV das veias safenas ao longo do seu trajeto ascende no MI. Em relação ao desempenho
dos DV das veias estudas, ao longo da realização das séries de exercício de força, foi observado que não houve diferenças significativas da variável entre
as distintas situações em todas as veias e membros estudados. Sugerindo que a sessão experimental não afetou de forma negativa a função das estruturas venosas superficiais. Apenas foi verificada uma tendência do aumento do diâmetro da VSE em reposta ao desempenho da força nos MI, no entanto, sem alterações estatísticas. Conclusão: Durante a prática do exercício de força não foram verificadas alterações agudas negativas na estrutura das veias superficiais dos membros inferiores de homens treinados, pois não foi constatada a presença de refluxo venoso e dilatação venosa de maneira que pudesse prejudicar a suficiência valvular e a estrutura do vaso. Indicando que a prática deste tipo de atividade não causa prejuízo ao sistema venoso superficial do membro inferior.