A uberização é ainda pior para o lazer delas
Por Bruno Modesto Silvestre (Autor), Marcela Natalia Lima De Figueirêdo (Autor), Roberta De Granville Barboza (Autor), Silvia Cristina Franco Amaral (Autor).
Em XXIII Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte. IX CONICE - CONBRACE
Resumo
É nítido o aumento da uberização em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial do Trabalho (OIT), o número de pessoas cadastradas em plataformas digitais quintuplicou durante a última década (OIT, 2021). Em tal cenário, o entendimento da dinâmica dessa modalidade de trabalho se torna um elemento importante para a apreensão das recentes transformações laborais e de seus efeitos nas demais esferas da vida cotidiana. A uberização é compreendida por Abílio (2020) como uma nova forma de centralização, controle e organização da atividade laborativa e abarca diferentes setores econômicos, ocupações, níveis de qualificação, rendimentos e condições de trabalho. Também diz respeito a uma indiscriminada propagação do modelo just-in-time, uma forma de trabalho sob demanda, em que os custos e riscos da atividade são transferidos ao trabalhador. Sob este modelo, os trabalhadores se encontram à disposição, mas só exercem a função quando requisitados, de forma automatizada e controlada. Assim, a uberização opera uma mudança sobre o que é ou que não é trabalho, com os trabalhadores podendo passar doze ou mais horas conectados e disponíveis, mas sendo remunerados apenas na exata medida em que exercem a atividade (ABÍLIO, 2020).