Resumo

A gravidez na adolescência ocorre com frequência, sobretudo entre adolescentes de 15 a 19 anos pertencentes aos estratos sociais mais baixos. Esse fenômeno tem impacto no processo de escolarização desse público e, muitas vezes, culmina na incidência da evasão escolar. Através de uma pesquisa-ação, nos aproximamos da realidade de uma escola pública de ensino fundamental do município de Vitória/ES a fim de compreender e interferir na forma como alguns sujeitos escolares lidam com os sentimentos envoltos na ocorrência da gravidez entre as alunas. Percebemos que não é comum que a comunidade escolar se preocupe com os impactos subjetivos da gravidez, parto e puerpério. Por outro lado, ficou evidente que são numerosas as vivências emocionais dessas alunas. Essas experiências influenciam no modo com o qual elas atravessam o período perinatal e têm repercussões incisivas na sua vida escolar. O abandono da escola se deve a uma conjunção de fatores subjetivos e objetivos que vão desde preconceitos, dificuldade em lidar com os afetos à desassistência por projetos e políticas públicas voltadas para a permanência de alunas em período perinatal na rede pública de ensino. Com o trabalho, pretendemos apontar para a importância da construção de práticas pedagógicas atentas à afetividade da educanda em período perinatal e para a necessidade de investimento do Estado em políticas educacionais de suporte à aluna grávida e puérpera.

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