A valorização dos componentes artísticos no código de pontuação da ginástica artística feminina: uma análise das últimas sete edições
Por Laurita Marconi Schiavon (Autor), Mateus Henrique de Oliveira (Autor).
Em IV Congresso Internacional de Pedagogia de Esporte - CONIPE
Resumo
Em busca de aprimorar as apresentações artísticas na ginástica artística feminina (GAF), o Código de Pontuação (CP) passou por mudanças significativas nos últimos ciclos olímpicos. Objetivo: analisar as modificações sobre a apresentação artística no CP da GAF ao longo de sete ciclos olímpicos (1997-2024), com foco nos componentes artísticos nos aparelhos Trave de Equilíbrio e Solo. Metodologia: Realizou-se uma pesquisa documental e histórica dos sete Códigos de Pontuação que compreendem o período de análise do estudo, dos quais foram analisados de forma qualitativa e comparativa. Resultados: a partir da referida análise, identificou-se duas fases distintas no CP e, consequentemente, na modalidade. Durante a era do "Código Fechado" (1996-2005), o componente artístico era minimamente abordado, com descrições e instruções genéricas sobre "Diretivas de Composição". Não havia descontos artísticos no CP de 1997-2000, evoluindo para um desconto de até 0,5 pontos no ciclo seguinte. A partir de 2006, com o "Código Aberto", houve uma tentativa de especificar melhor o aspecto artístico, incluindo diversos novos elementos no CP e implementando um novo sistema de avaliação. Essa fase caracterizou-se por uma maior quantidade de instruções detalhadas sobre como o componente artístico poderia ser desenvolvido e avaliado, resultando em melhores orientações para treinadores (as) e ginastas. Nos CPs mais recentes, os descontos para falhas artísticas podem chegar a até 2 pontos de execução. Conclusões: a análise revelou uma interdependência entre os aspectos artísticos e técnicos, onde a supervalorização do aspecto técnico resulta na desvalorização do artístico. Apesar das tentativas de tornar as descrições mais objetivas, árbitros (as) e treinadores (as) ainda enfrentam dificuldades na compreensão e aplicação das regras devido à subjetividade presente no CP. Esse fator, juntamente com a ênfase nos elementos acrobáticos, tem dificultado o pleno desenvolvimento artístico da modalidade. Em resumo, enquanto o CP evoluiu para incluir e detalhar mais os componentes artísticos, a complexidade e a subjetividade das regras continuam a representar desafios significativos para a avaliação e o desenvolvimento artístico na GAF.