A Variação do Método de Incremento de Cargas Não Altera a Determinação do Limiar de Lactato em Exercício Resistido
Por Rodrigo Mendes Rocha (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 16, n 4, 2010.
Resumo
Com o objetivo de analisar e comparar diferentes protocolos incrementais (PI) em exercício resistido para a identificação do limiar de lactato (LL), 12 voluntários homens (23,3 ± 1,6 anos) adaptados ao exercício resistido foram submetidos a dois testes incrementais realizados em leg press 45º (LP). Os PI's foram: 1) relativo ao teste da carga máxima (PI%1RM), com incrementos de 19, 28, 32, 37, 41, 45, 55 e 60% de 1RM; 2) relativo ao peso corporal (PI%PC), com incrementos de 17, 33, 50, 67, 83, 100, 117 e 133% do PC. Em ambos os PI's a duração de cada estágio foi de 1 min, sendo realizadas 30 repetições em cada. Durante os intervalos entre cada estágio (2 min para o PI%1RM e de 1 min para o PI%PC) foram coletados do lóbulo da orelha, 25µL de sangue capilarizado, os quais foram depositados em microtúbulos Eppendorff para posterior dosagem das concentrações de lactato sanguíneo [Lac]. Foi possível identificar o LL a partir da resposta das [Lac] nos diferentes protocolos. Não foram observadas diferenças significativas entre o LL determinado por cargas absolutas (PI%1RM – 72,3 ± 12,5 vs. PI%PC – 65,9 ± 11,5kg; p > 0,05) e relativas (PI%1RM – 32,3 ± 4,2 vs. PI%PC – 31,6 ± 4,3%; p > 0,05). Alta correlação foi observada entre os PI's, tanto para cargas absolutas (r = 0,90; p < 0,01) como relativas (r = 0,83; p < 0,01). Concluiu-se que, apesar de modificações realizadas nos protocolos adotados, foi possível identificar o LL em LP na amostra estudada, em que as intensidades relativas e absolutas a esses limiares não diferiram e apresentaram correlação entre si. Sugere-se a identificação do LL em exercício resistido através de protocolo com incrementos relativos ao PC, tendo em vista a vantagem de não ser necessário submeter o avaliado à aplicação prévia de um teste de carga máxima.