Resumo

Esta pesquisa analisa a narrativa de uma mãe atleta de corrida de aventura (CA), sobre sua participação na etapa do campeonato mundial da modalidade. As narrativas são usadas constantemente por pesquisadores que se dedicam às investigações qualitativas para observar os processos vividos pelos envolvidos, pois tratam da representação da realidade dos sujeitos, constituindo assim, rico material para pesquisa sócio antropológica (CUNHA, 1997). A CA pode ser definida como uma competição multiesportiva em que participam equipes formadas, na maioria dos eventos, por mulheres e homens, sendo exigência da regra ao menos uma pessoa de gênero distinto dos demais membros de sua equipe. A CA tem como objetivo percorrer longas distâncias em diferentes modalidades esportivas tal como mountain bike, trekking, canoagem, técnicas verticais e orientação cartográfica, no menor tempo possível, exigindo o máximo de resistência física e psíquica, por passar em locais selvagens (TOGUMI, 2017). Estudo anterior que investigou uma equipe de CA composta exclusivamente por mulheres, ou que, em alguns eventos, participou com três mulheres e apenas um homem, sugere que o engajamento da mulher na corrida de aventura pode ser ameaçado pelas instituições do matrimônio e da maternidade. Discursos culturais sobre maternidade, relacionados ao esporte, podem interferir nas identidades de mães atletas ao produzir diferentes efeitos resultantes, como por exemplo, sofrimento, melhoria/ redução psicológica e de desempenho e desengajamento esportivo (MCGANNON; MCMAHON; GONSALVES, 2018)

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