Editora Fiocruz. Brasil 1999. 240 páginas.

Sobre

Miséria, doenças e mortes prematuras não eram desconhecidas antes de Cristo, nem nos 17 séculos seguintes que precederam a Revolução Industrial. As guerras e as epidemias, sobretudo a peste, a varíola e cólera, costumavam deixar atrás de si um rastro largo e profundo de covas e vítimas em todas as classes e camadas sociais. Não eram, também, incomuns os acidentes de trabalho nas escavações de minas, canais e túneis, na construção de pontes e monumentos e na navegação.1 1 Algumas alusões e descrições de doenças do trabalho foram feitas durante os impérios grego e romano. Entre 140 0 e 170 0 elas se tornaram mais freqüentes e detalhadas, mas a referência clássica é a obra de Ramazzini, publicada em 170 0 (ROZEN, 1994:39-46 , 83-85 ; RAMAZZINI, 1971). Após a Revolução Industrial elas se tornaram bastante comuns (ROSEN, 1994:157-226). O que o modo de produção capitalista industrial trouxe de novo foi, ao mesmo tempo, a banalização e seletividade social maior das enfermidades e mortes prematuras por acidentes e doenças do trabalho, muitas então pouco ou nada conhecidas.  

Arquivo