Abordagem de Ensino e Planejamento das Lutas nas Aulas de Educação Física Escolar
Parte de Metodologia do Ensino das Lutas na Educação Física Escolar . páginas 169 - 187
Resumo
Um dos paradigmas que orienta as ações pedagógicas da EFE, influenciado muitas vezes pelas afirmações de outros professores, coordenadores pedagógicos e diretores escolares, que afirmam que, em muitos casos, o professor de EFE “... dá uma bola para o aluno e deixa-o brincar sem qualquer orientação e a brincadeira tem fim apenas e si mesma...”, ou seja, não se ensina nada, apenas coordena uma atividade que qualquer outra pessoa na escola poderia fazê-lo.
No nosso entendimento e experiência vivida em escolas da educação básica de várias conotações educacionais, percebemos que duas questões contribuem para este paradigma “negativo” que orienta as práticas:
Falta de planejamento;
Alienação total do trabalho educativo interdisciplinar e global do aluno.
A ação de planejar, invariavelmente, nos leva à reflexão do que fizemos no processo ensino-aprendizagem que se encerrou e nos leva a novas perspectivas no início de um novo processo. Às vezes, o plano poderá ter os mesmo conteúdos de ensino, porém a forma, as turmas, o espaço pedagógico, o corpo docente sempre são modificados e renovados. Isso demonstra que ninguém, nesse processo educacional, é dono do fenômeno educacional ao ponto de não querer alterá-lo pela força de seu dinamismo e renovação constante.
Percebemos que a EFE é um componente curricular no qual as ações pedagógicas de natureza prática são mais requisitadas no trabalho docente que as ações de natureza teórica. Assim, caso o professor de EFE não tenha uma mínima vocação para a reflexão teórica e o trabalho teórico, haverá um predomínio intenso de ações exclusivamente práticas. Este predomínio acaba excluindo-o naturalmente das ações de reflexões e discussões teóricas não só de seu componente curricular como das ações e reflexões do processo educacional com os seus pares docentes.