Ações Criativas com Materiais Alternativos Como Estratégia de Ensino do Corfebol
Por Renata Laudares Silva (Autor), José Pedro Scarpel Pacheco (Autor), Elisangela Gisele do Carmo (Autor), Nara Heloisa Rodrigues (Autor), Raiana Lídice Mór Fukushima (Autor), Gisele Maria Schwartz (Autor).
Resumo
Corfebol é um esporte coletivo exclusivamente misto, no qual homens e mulheres jogam juntos, em igualdade de condições, de acordo com os princípios que o regem. O Corfebol é pouco conhecido e difundido no Brasil, devido ao alto custo do equipamento necessário para a sua prática, geralmente importado da Federação Internacional de Corfebol, ou via as duas Federações brasileiras, centradas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, tendo em vista que ainda não são vendidos em casas de materiais esportivos. Assim, a confecção de um equipamento com material alternativo pode viabilizar a experiência com a modalidade. Neste sentido, o presente estudo, de natureza qualitativa, com características de relato de experiência, teve por objetivo, relatar a vivência da modalidade Corfebol, aplicada a alunos de Graduação em Educação Física, com a utilização de um equipamento construído com material alternativo, como estratégia didático-pedagógica no ensino da modalidade. A experiência se deu em disciplina ofertada a alunos de Graduação em Educação Física, de uma IES pública, na cidade de Rio Claro/SP, cujo tema da aula abordava o Conteúdo Cultural do Lazer Físico-Esportivo, sendo ministrada a vivência do Corfebol. O principal instrumento utilizado para a aula prática, a cesta, foi confeccionada com material alternativo utilizado na construção civil (eletrodutos de plástico amarelo), material reciclado e equipamentos utilizados na iniciação esportiva e no atletismo (base suporte para saltos). Dividiu-se a aula em dois momentos referentes a uma parte teórica, explanada primeiramente, seguida de uma parte prática. O tempo gasto com a vivência foi de duas horas para cada turma e, após seu término, procedeu-se a uma discussão. Os resultados da vivência indicam como pontos positivos: a criatividade na confecção da cesta e o material utilizado, a possibilidade de inserção das questões de gênero a serem abordadas no âmbito das aulas de Educação Física e o Corfebol representando uma quebra da hegemonia das modalidades esportivas tradicionais. Já o ponto negativo fazia relação ao pouco tempo destinado à vivência e aos fundamentos do esporte. A partir desta experiência, pode-se observar que a ausência da oferta desta modalidade baseada na justificada da falta de material para a sua experimentação não se sustenta, haja vista que, com criatividade e economia, podem-se confeccionar os equipamentos capazes de tornar a experiência esportiva possível. A vivência promovida aos alunos ratifica a abertura de novas perspectivas em relação ao ensino de diferentes modalidades esportivas, contribuindo para a ampliação do repertório motor e despertando a criatividade na utilização de materiais alternativos no âmbito da Educação Física.