Resumo

Corfebol é um esporte coletivo exclusivamente misto, no qual homens e mulheres jogam juntos, em igualdade de condições, de acordo com os princípios que o regem. O Corfebol é pouco conhecido e difundido no Brasil, devido ao alto custo do equipamento necessário para a sua prática, geralmente importado da Federação Internacional de Corfebol, ou via as duas Federações brasileiras, centradas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, tendo em vista que ainda não são vendidos em casas de materiais esportivos. Assim, a confecção de um equipamento com material alternativo pode viabilizar a experiência com a modalidade. Neste sentido, o presente estudo, de natureza qualitativa, com características de relato de experiência, teve por objetivo, relatar a vivência da modalidade Corfebol, aplicada a alunos de Graduação em Educação Física, com a utilização de um equipamento construído com material alternativo, como estratégia didático-pedagógica no ensino da modalidade. A experiência se deu em disciplina ofertada a alunos de Graduação em Educação Física, de uma IES pública, na cidade de Rio Claro/SP, cujo tema da aula abordava o Conteúdo Cultural do Lazer Físico-Esportivo, sendo ministrada a vivência do Corfebol. O principal instrumento utilizado para a aula prática, a cesta, foi confeccionada com material alternativo utilizado na construção civil (eletrodutos de plástico amarelo), material reciclado e equipamentos utilizados na iniciação esportiva e no atletismo (base suporte para saltos). Dividiu-se a aula em dois momentos referentes a uma parte teórica, explanada primeiramente, seguida de uma parte prática. O tempo gasto com a vivência foi de duas horas para cada turma e, após seu término, procedeu-se a uma discussão. Os resultados da vivência indicam como pontos positivos: a criatividade na confecção da cesta e o material utilizado, a possibilidade de inserção das questões de gênero a serem abordadas no âmbito das aulas de Educação Física e o Corfebol representando uma quebra da hegemonia das modalidades esportivas tradicionais. Já o ponto negativo fazia relação ao pouco tempo destinado à vivência e aos fundamentos do esporte. A partir desta experiência, pode-se observar que a ausência da oferta desta modalidade baseada na justificada da falta de material para a sua experimentação não se sustenta, haja vista que, com criatividade e economia, podem-se confeccionar os equipamentos capazes de tornar a experiência esportiva possível. A vivência promovida aos alunos ratifica a abertura de novas perspectivas em relação ao ensino de diferentes modalidades esportivas, contribuindo para a ampliação do repertório motor e despertando a criatividade na utilização de materiais alternativos no âmbito da Educação Física. 

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