Ações de mobilização social em organizações esportivas brasileiras
Por Bruno Eduardo Knies (Autor), Mariana Klauck Beirith (Autor), Luiza Gremelmaier Rosa (Autor), Guilherme de Jesus Nozari (Autor), Gabriel Henrique Treter Gonçalves (Autor).
Em XX Congresso de Ciências do Desporto e de Educação Física dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Responsabilidade Social Corporativa (RSC) é a integração das preocupações sociais e ambientais de empresas nas suas ações comerciais e na sua interação com seus stakeholders (partes interessadas) de forma voluntária (Commission of the European Communities, 2001). As organizações esportivas são altamente influentes na sociedade atual, podendo moldar de forma positiva e negativa o discurso público em torno de normas de comportamento responsável (Walzel et al., 2018). Nesse sentido, a mobilização social surge como uma estratégia eficaz de RSC, na qual busca incentivar comportamentos que beneficiem coletivamente outras pessoas, com propósitos e significados sociais. Esse foco no benefício alheio pode potencializar a eficácia de princípios de influência, como adesão a normas sociais, compromissos públicos e RSC (Rogers et al., 2017). Objetivo: Com isso, o objetivo do estudo é mapear as ações de Mobilização Social promovidas por Organizações Esportivas Brasileiras. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo-exploratório, qualitativo e quantitativo, baseado em análise documental. Os documentos selecionados para análise foram aqueles disponíveis nos sites oficiais das Organizações Esportivas Brasileiras, podendo ser relatórios anuais de atividades, relatórios de RSC, manuais de compliance ou similares. As informações foram coletadas por meio de um formulário on-line elaborado pelos pesquisadores. Com o instrumento, foi possível cadastrar os dados da organização, caracterização da ação, stakeholders afetados, formas de comunicação, índices de monitoramento, financiamento e suporte da ação. Os dados foram exportados para o Microsoft Excel e organizados para análise - frequência absoluta e percentual. Resultados: O presente estudo analisou 274 Organizações Esportivas Brasileiras subdivididas em categorias: Federações (161; 58,7%), Confederações (52; 18,9%), Clubes formadores de atletas (50; 18,2%), Fundações/Institutos (10; 3,6%) e o Comitê Olímpico Brasileiro (1; 0,36%). Foram identificadas e cadastradas 269 ações de RSC, promovidas por 75 (28,9%) organizações. Após filtrar pelo tema Mobilização Social, foram encontradas 55 (20,44%) ações, sendo estas implementadas predominantemente por Clubes Formadores de atletas (49; 89,09%), seguido de Federações (4; 7,27%) e Institutos/Fundações (2; 3,63%). Quanto aos stakeholders impactados, Comunidade foi aquele com maior frequência (41; 74,54%), Na sequência Funcionários da Organização (7; 12,72%), Animais domésticos (3; 5,45%), Pessoas com Deficiência (2; 3,63%), Famílias (1; 1,81%) e Idosos (1; 1,81). No que se refere aos índices de monitoramento, quase metade das organizações apresenta índices em seus informes (25; 45,45%), enquanto outra parcela das organizações não divulga (30; 54,54%). Os indicadores mais comuns estão ligados ao número de instituições e projetos apoiados, quantidade de recursos arrecadados e número de serviços oferecidos. O suporte às essas ações ocorre por doações (12; 21,81%) e associados (10; 18,18%). Discussão e Conclusão: Conclui-se que Mobilização Social é um tema pertinente adotado para integrar ações sociais das organizações esportivas, em especial a categoria Clubes Formadores de Atletas. É compreensível que esse tema seja predominante nesse contexto, pois representa uma maneira de apoio e devolução direta à comunidade na qual a organização esportiva está inserida, melhorando a qualidade de vida e o bem-estar da mesma, sendo esta o stakeholder mais impactado pelas organizações investigadas.