Resumo

No futebol a cobrança por resultados é intensa, como conseqüências disso, os
atletas empenham-se cada vez mais em seus treinamentos, muitas vezes
ultrapassando os limites suportáveis do seu organismo. As desproporções entre
as cargas de exercícios e as pausas de recuperação, podem levar o atleta ao
desencadeamento de um quadro de sinais e sintomas reconhecidos na literatura
como a síndrome do overtraining (OVT) (VICENZI, 2002; NAKAMOTO, s.a;
VANCINI, 2005; ACKEL, 2001; FOSTER, 1998). Nota-se que as tentativas em
encontrar um marcador específico para o OVT, são inconclusivas e muitas
vezes não aceitas. Sendo assim, essas incessantes tentativas de obtenção de um
marcador confiável refletem claramente as implicações do desencadeamento
da síndrome, tanto para os atletas, quanto para a equipe esportiva.Assim sendo,
o presente trabalho, baseado nas evidências trazidas pela literatura científica,
propôs uma forma de acompanhamento de dimensões especificas relativas
aos atletas de futebol de campo no transcorrer de uma temporada, procurando
evidenciar o surgimento de sinais e sintomas específicos à síndrome do OVT.
O grupo de estudos constituiu-se de 22 atletas profissionais do futebol, com
média de idades variando entre 23±3,8 anos, estatura variando entre 178±5,9
cm e massa corporal variando entre 77±8,9 kg, integrantes de uma equipe de
futebol profissional de Santa Maria, em preparação para a disputa da segunda
divisão do Campeonato Gaúcho 2006. Foi utilizada uma entrevista dirigida
aos atletas, individual, constituída por trinta itens abrangendo os principais
sinais e sintomas da síndrome do OVT, bem como uma planilha voltada ao
treinador e ao preparador físico contendo 18 itens pertinentes à performance
física e ao rendimento dos atletas. As entrevistas foram realizadas no local dos
treinamentos durante a preparação para o campeonato. Os resultados parciais
mostram que alguns sinais e sintomas encontrados até o momento, como os
distúrbios do sono (demora em adormecer, pesadelos, sono agitado e
interrompido) e solicitações paralelas no campo pessoal não interferiram no
rendimento físico e na performance dos atletas. Concluiu-se que tais sinais e
sintomas aparentemente não apresentam relações imediatas e diretas com o
OVT, servindo apenas como alerta para as possíveis decorrências de tais.

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