Resumo

O presente trabalho teve como objetivo estudar os problemas, as dificuldades e as perspectivas do jogador de futebol, na visão dos profissionais, juniores e ex-atletas, com vistas à identificação de aspectos relevantes para a elaboração de programa de aconselhamento psicopedagógico. O estudo foi de caráter descritivo exploratório. A amostra constitui-se de 66 atletas, 22 de cada categoria profissional, respectivamente: juniores, profissionais e ex-atletas. Dentro de cada categoria, 11 pertenciam ao C.R. Flamengo e 11 ao C.R Vasco da Gama. A coleta de dados foi realizada com a utilização de questionários e entrevistas com perguntas abertas. O procedimento utilizado em relação aos dados foi de análise dos indicadores retirados das entrevistas e questionários com perguntas abertas. Apresentam-se como principais conclusões: inexiste uma preocupação com a formação do jogador de futebol. O jogador ainda tem a sua imagem indefinida junto à sociedade. O vínculo através do contrato torna-o quase um contrato dos clubes e dirigentes. Os resultados evidenciaram o fato do jogador de futebol ser um despreparado que ignora a import6ancia do papel social que desempenha. Entre as grandes dificuldades que lhe cabe enfrentar estão a pressão da imprensa, da torcida; a prepotência dos dirigentes; o fato de seu passe não lhe pertencer; a falta de apoio no desenvolvimento de seus estudos e o pouco tempo para dedicar a sua vida privada e família. As perspectivas que se lhes apresentam como possibilidades de mudança no futuro são: uma assistência aos atletas jovens, em formação: infantis, juvenil e juniores; e a obrigatoriedade de uma formação escolar. A importância fundamental de um programa de Aconselhamento Psicopedagógico, nos seus aspectos relevantes, tais como: uma criteriosa seleção dos profissionais que irão atuar com esses jovens, treinadores preparadores físicos, médicos e massagistas. E, a contratação de orientadores educacionais, assistentes sociais, pedagogos e psicólogos, para desenvolverem o programa, conjuntamente com a comissão técnica, visando organizar a atuação destes profissionais, visando o desenvolvimento dos jovens, não somente no sentido da auto-realização e autonomia, mas no sentido de inter-relação social, que venha a permitir uma melhor formação do jogador de futebol, na sua concepção mais ampla.

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