Adaptação e estratégias específicas

Parte de Manual de atividade física adaptada para pessoas com esquizofrenia . páginas 20 - 22

Resumo

A população com doença mental, e particularmente com esquizofrenia, experiencia um conjunto muito diversificado de barreiras na prática de AF que limitam a sua adesão e participação, nomeadamente: • Falta de motivação – a pessoa não está empenhada em mudar o seu estilo de vida e tornar-se mais ativa. • Falta de transporte – a pessoa não é capaz de aceder às instalações/espaços de prática, devido à falta de transporte. • Custos – a pessoa não é capaz de aceder às instalações/espaços de prática, devido à falta de recursos financeiros. • Falta de apoio – a pessoa não recebe apoio social (i.e., família, amigos, comunidade) para frequentar as atividades.  • Falta de supervisão – indisponibilidade para oferecer supervisão individualizada, a longo prazo, para pessoas que necessitem deste apoio.   Diferentes estudos98,99 demonstraram que a baixa adesão à AF em pessoas com esquizofrenia está relacionada com a presença dos sintomas negativos, das comorbilidades cardiometabólicas e dos efeitos secundários da medicação. Particularmente, em países de rendimento baixo e médio, níveis baixos de AF estavam associados ao sexo masculino, ao aumento da idade, situação de desemprego, viver em áreas urbanas, consumo inadequado de frutas e limitações na mobilidade100. Um estudo recente36 explorou as barreiras à AF reportadas por pessoas com esquizofrenia residentes na comunidade e concluiu que as barreiras mais comuns são: pobre saúde física e mental, falta de motivação e sentir-se muito cansado. No que se refere às preferências dos participantes, mais de metade da amostra reportou preferir AF que possa ser realizada de forma autónoma (i.e., sozinhos), de acordo com o seu próprio ritmo, espaço e próximo da habitação. As atividades de intensidade baixa, como caminhada, foram indicadas como o tipo de AF preferido.