Resumo

Os objetivos deste estudo foram adaptar o modelo não invasivo de potência crítica para o karate, com intervalo de recuperação entre as seqüências de soco para determinar a capacidade aeróbia dos atletas (IC - intervalo crítico) e comparar estes resultados com a intensidade da máxima fase estavel de lactato (iMFEL). A capacidade aeróbica foi avaliada para doze atletas de Karate, bem treinados (6 homens e 6 mulheres, com idades entre 26 ± 2 anos) com cinco testes realizados em diferentes intensidades, e intervalo de repouso por 24 hrs. Em cada teste, os atletas realizaram a seqüência (golpe) até a exaustão, com intervalo ativo de movimentos de saltitos entre as seqüências. As intensidades foram impostas através de um teste piloto realizado, onde o intervalo de recuperação entre as seqüências de soco ocorreram em 2-6 segundos. Era esperado que a exaustão ocorresse entre 1 e 10 min. O modelo linear utilizado foi o de "intervalo vs. 1/tempo de exaustão" para determinar o IC dos atletas (intercepto-y). A fim de verificar a MFEL, os atletas realizaram 30 min de exercício contínuo em três intensidades (10% abaixo do IC, no IC e 10% acima do IC) com a concentração de lactato sanguíneo (LAC), sendo determinados a cada 5 minutos. Os resultados são expressos como a média ± EPM. O IC foi obtido em 16,7 ± 2.9s. O ajuste do modelo linear foi significativo (R2 = 0,95 ± 0,01). Em exercício contínuo abaixo da IC (um intervalo mais longo), todos os atletas mostraram estabilização lactato sanguineo (2,24 ± 0,36 mM). Os mesmos resultados ocorreram na intensidade IC. Em maior intensidade (um intervalo mais curto), um aumento progressivo da concentração de lactato foi observado. A MFEL foi observada na IC por 75% dos atletas, com um valor estável LAC de 3,59 ± 0,44 mM. O teste de intervalo crítico específico pode determinar a capacidade aeróbia dos atletas de karatê porque a MFEL foi encontrada nesta intensidade.

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