Adaptação de Protocolos Invasivos e Não Invasivos Para Avaliações Aeróbias e Anaeróbias Específicas Ao Basquetebol Feminino
Por Bruno Ferreira Camargo (Autor), Gustavo Gomes de Araújo (Autor), Claudio Alexandre Gobatto (Autor), Nathália Arnosti Vieira (Autor), Leonardo Henrique Dalcheco Messias (Autor), Fúlvia de Barros Manchado-gobatto (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 19, n 3, 2013. Da página 171 a 175
Resumo
OBJETIVO: Adaptar os protocolos de velocidade crítica (Vcrit), RAST Test e Lactato Mínimo (LM) à especificidade do basquetebol feminino.
MÉTODOS: Doze basquetebolistas bem treinadas (19 ± 1 anos) foram avaliadas pelo modelo velocidade crítica, composto por quatro intensidades (10,8, 12,0, 13,0, 14,5 km/h) de corridas "vai-vem" até exaustão, aplicadas em dias alternados. O modelo linear 'velocidade versus 1/tlim' foi adotado para determinação de parâmetros aeróbio (Vcrit) e anaeróbio (CCA). O LM foi composto por duas fases: 1) indução hiperlactacidêmica, caracterizada pelo RAST adaptado, e 2) fase progressiva, composta por cinco estágios de 3 minutos em corridas "vai-vem" de 20 m (7 a 12km/h), com coletas de sangue ao final de cada estágio.
RESULTADOS: A velocidade (vLM) e a concentração do lactato mínimo foram obtidas pelos ajustes polinomiais 'lactato versus intensidade' (LM1) e 'lactato versus tempo' (LM2). A ANOVA one-way, teste t-Student e correlação de Pearson foram utilizados na análise estatística. A Vcrit foi obtida a 10,3 ± 0,2 km/h e a CCA estimada em 73,0 ± 3,4 m. O RAST foi capaz de induzir a hiperlactacidemia e determinar potências máxima (3,6 ± 0,2 W/kg), média (2,8 ± 0,1 W/kg), mínima (2,3 ± 0,1W/kg) e o índice de fadiga (30 ± 3%). A vLM1 e vLM2 foram obtidas, respectivamente, a 9,47 ± 0,13 e 9,8 ± 0,13km/h, sendo a vLM1 menor que a Vcrit.
CONCLUSÕES: Os resultados sugerem que o modelo específico não invasivo pode ser utilizado para determinar parâmetros aeróbios e anaeróbios de basquetebolistas e, assim como em outras modalidades, a Vcritsuperestima as intensidades de LM. Além disso, a adaptação do LM ao basquetebol feminino utilizando o RAST e a fase progressiva em exercício "vai-vem" foi efetiva para avaliar as atletas respeitando a especificidade da modalidade, com elevado percentual de sucesso no ajuste polinomial 'lactato versus tempo'.
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