Resumo

Este estudo detecta e quantifica as adaptações das curvas da coluna vertebral durante a marcha na esteira ergométrica sob a influência de diferentes alturas de saltos. Durante o experimento três voluntárias realizam seis testes, sendo um descalço e cinco com calçados de saltos de diferentes alturas. Para cada altura de salto e para cada voluntária o comportamento cinemático da coluna é descrito em função do ciclo da marcha e quantificado a partir do grupamento das informações relevantes de 16 passadas registradas. A metodologia utilizada é de caráter não invasiva que permite a análise cinemática tridimensional do movimento humano a partir da localização 3D de marcadores adesivos fixados no dorso das voluntárias ao longo da linha definida pelos processos espinhosos das vértebras. Assim, a curva da coluna vertebral é representada por funções polinomiais parametrizadas em função da coordenada vertical e analisada usando o conceito de curvatura geométrica 2D, nos planos sagital e frontal, durante o ciclo da marcha. No plano sagital, observa-se uma diminuição significativa (p<0.05) da curva da lordose lombar em função do aumento da altura dos saltos para todas as voluntárias. No plano frontal, os resultados mostram oscilações das curvaturas durante a marcha em torno da curva característica da coluna vertebral de cada voluntária. Para as voluntárias P1 e P3, ocorrem diminuições significativas das amplitudes das oscilação das curvaturas em função do aumento da altura dos saltos e para a voluntária P2 uma tendência não significativa de aumento dessas amplitudes. O estudo também descreve as orientações espaciais da pelve e da parte inferior da coluna torácica durante a marcha através do desenho de ciclos obtidos a partir das tangentes à curva representativa da coluna vertebral nestas regiões. As orientações médias, indicadas pelos ciclos, permitem verificar que a diminuição da lordose lombar em função do aumento da altura dos saltos tem sua origem mais na flexão do tronco do que na retroversão pélvica. 

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