Resumo
As adaptações das curvaturas da coluna vertebral e do dorso de corredores são analisadas em função da velocidade. A pesquisa é realizada com dez atletas voluntários, com faixa etária entre 18 e 26 anos, com experiência esportiva, correndo sobre uma esteira regulada em oito velocidades. A curva da coluna vertebral é representada por marcadores retrorefletores circulares aderidos à pele ao longo da linha definida pelos processos espinhosos vertebrais entre a região cervical e sacral. São fixados ainda, sobre o dorso, seis pares desses marcadores, com a finalidade de acessar às oscilações do dorso e identificar regiões anatômicas representativas da pelve, das vértebras e dos acrômios. A localização 3D desses marcadores é obtida através de técnicas videogramétricas. Funções polinomiais são usadas para quantificar a curva da coluna nos planos de projeção sagital e frontal e para calcular a curvatura geométrica bidimensional correspondente. O componente neutro da coluna é construído a partir de duas curvas representativas da coluna, obtidas em dois momentos considerados bilateralmente simétricos, durante a passada. O componente oscilatório resulta da subtração da curva neutra, de cada uma das curvas representativas da coluna obtidas ao longo da passada. Durante a corrida, as amplitudes máximas das oscilações dos segmentos bilaterais que ocorrem no plano frontal apresentam magnitudes menores do que as encontradas no plano transverso. Os efeitos do aumento da velocidade parecem mais acentuados nas oscilações quantificadas no plano transverso. Os componentes neutros obtidos para cada corredor descrevem as características individuais, são independentes da velocidade e distintos da curva da coluna obtida na posição estática. A sobreposição das curvas do componente oscilatório da coluna no plano frontal forma duas regiões de maior amplitude na adaptação da curvatura ao longo da passada: a torácica e a lombar. Nessas regiões os picos de curvaturas acentuam-se com o aumento da velocidade e ocorrem em determinadas fases do ciclo da passada. Os picos de curvaturas positivos e negativos lombares são associados à fase de apoio dos pés e os picos positivos e negativos torácicos à fase de duplo balanço