Resumo

O aumento da adiposidade na adolescência pode contribuir para o acometimento de doenças crônicas não transmissíveis na vida adulta, dentre elas, as doenças cardiovasculares são as que mais se destacam, afetando a qualidade de vida, a saúde e a longevidade destes adolescentes. Objetivo: Avaliar a adiposidade e a resistência cardiorrespiratória em adolescentes da cidade de São João dos Patos, Maranhão. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo transversal, com abordagem quantitativa, aplicado com 188 adolescentes de ambos os sexos, com faixa etária entre 12 a 17 anos de idade, média de 16±0,9 anos. Para avaliar a adiposidade (% de gordura e %G, utilizou-se um adipômetro científico (Avanutri), com os resultados de três medidas das dobras subescapular e tricipital. O %G foi classificado em adequado, moderadamente alto, alto e excessivamente alto. Também foi realizado o teste de corrida de 6 minutos (TC6M), devendo o adolescente percorrer a maior distância possível em 6 minutos. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas da Universidade Estadual do Maranhão, conforme parecer nº 4.372.043. Após aplicação do teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov, os dados foram apresentados em percentuais e média ± desvio padrão. Foi aplicado o teste de qui-quadrado de Pearson para o %G e a correlação de Pearson entre %G e TC6M. O nível de significância estatística adotado foi de p<0,05. Para análise dos dados, foi utilizado o programa estatístico Jamovi 2.23.1. Resultados: Com relação ao percentual de gordura, os adolescentes foram classificados em 46% adequado, 34% moderadamente alto, 16% alto e 4% excessivamente alto (p<0,05). No TC6M, 13% ficaram na zona saudável e 87% na zona de risco, percorrendo em média 911 m. Ao realizar a correlação entre %G e TC6M, verificou-se um r= -0,40. Conclusão: Ao avaliar adiposidade dos adolescentes pelo %G, verifica-se a maioria dos adolescentes estão acima do % adequado, com destaque para 16% que estão com %G alto e 4% em excessivamente alto. Os resultados no TC6M também foram negativos, com a maioria dos adolescentes dentro da zona de risco à saúde. A correlação demonstrou um resultado negativo entre %G e TC6M. Assim, pode-se verificar que os adolescentes avaliados apresentaram um alto %G e um resultado ruim no teste de corrida de 6 m, podendo dessa forma, apresentarem uma maior associação com doenças crônicas não transmissíveis no futuro.