Adoecimento do Corpo Docente na Sociedade de Vigilância e de Controle
Por Rafael da Silva Mattos (Autor), Fernanda Andressa Chagas (Autor), Juliana Brandão Castro (Autor), Madel Therezinha Luz (Autor), Wecisley Ribeiro do Espírito Santo (Autor).
Em Arquivos em Movimento v. 13, n 2, 2017. 15 Páginas. Da página 86 a 101
Resumo
A Sociedade disciplinar pode ser situada entre os séculos XVIII e início do XX. Nela, destaca-se o enclausuramento, operação fundamental e, como função maior, o adestramento. Chamamos de disciplinas os métodos que permitem o controle minucioso das operações do corpo, realizando uma sujeição constante de suas forças, impondo-lhes uma relação de docilidade-utilidade. A sociedade de controle ascendeu na metade do século XX e foi discutida por Deleuze como um aperfeiçoamento das tecnologias de poder sobre a vida, ultrapassando os muros institucionais. É marcada pela suposta ausência de limites geográficos definidos. Nessa, há uma predominância do poder cada vez menos localizável e o predomínio de indivíduos supostamente livres, mas normatizados por práticas, discursos e políticas de saúde. Este ensaio teve como objetivo identificar algumas características da disciplina e do controle sociais que podem ser determinantes sociais na saúde de docentes que trabalham em instituições de ensino superior. O adoecimento e o sofrimento desses trabalhadores têm aumentando, principalmente em paralelo ao crescimento exorbitante de práticas individualistas e produtivistas no desempenho das tarefas docentes e do produtivismo.