Adolescência e Ansiedade-estado
Por Luciana Ferreira da Silva (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Nos dias atuais é comum observarmos uma tendência mundial das pessoas ao aumento dos níveis de ansiedade e de estresse, provocado por fatores tais como as imposições do trabalho e da sociedade, a rotina desgastante, pressão familiar, entre outros. A ansiedade é representada por um estado emocional negativo e está relacionada ao nível de ativação do indivíduo. O presente estudo contou com uma amostra de 15 estudantes do 1º e 2º anos do Ensino Médio, com idades que variaram de 14 a 18 anos, todos do Colégio Martins Carnot, situado na cidade de Juiz de Fora - Minas Gerais. Para a avaliação do nível de ansiedade-estado utilizou-se o Questionário de Ansiedade-Estado de Spielberger, o qual foi aplicado 2 vezes. A 1ª aplicação aconteceu no mês de agosto de 2004, antes de uma aula de EF; já a 2ª ocorreu em setembro (um mês depois), antes da realização de provas de química e matemática para obtenção de notas bimestrais. Após a aplicação dos questionários foi feita a soma de pontos de cada um, na intenção de obter-se a média geral das turmas e, depois, separadamente por séries. O nível de ansiedade-estado foi, surpreendentemente, maior na 1ª aplicação do que na 2ª. A média do primeiro momento de aplicação, no qual os alunos haviam retornado às aulas havia apenas 3 semanas, foi de 64,35+-7,15. Já a obtida no 2º momento, ocorrido antes de provas bimestrais, foi significativamente menor, 56,71+-11,57. A tabela varia numa escala de 0 a 80 pontos. Pode-se dizer que os resultados foram inesperados, porém não incomuns, uma vez que há indivíduos que manifestam alto grau de ansiedade em momentos que precedem algum tipo de mudança, o que, para eles, representa uma situação ameaçadora. Em relação aos alunos, o fato de a 1ª aplicação ter tido resultados maiores (apesar de ter sido feita logo após as férias), pode sugerir que havia uma expectativa quanto ao ritmo de tarefas e trabalhos que poderiam ser impostos, levandoos a sentir alguma sensação de ameaça por não saber ainda o que aconteceria dali para frente. Tendo em vista o paradigma de que saúde refere-se também ao bem estar psicológico e social, não será mais possível negar aspectos psicofisiológicos até então deixados de lado, como a ansiedade. Se pudermos amenizar um pouco tais acometimentos, estaremos cumprindo adequadamente com o que se espera de um profissional de Educação Física: o auxílio na promoção da qualidade de vida e saúde dos indivíduos em qualquer locus de atuação profissional.