Agregação de Comportamentos de Risco à Saúde de Escolares da Rede Pública de Jequié, Bahia, Brasil
Por Adair da Silva Lopes (Autor), Diego Augusto Santos Silva (Autor), Hector Luiz Rodrigues Munaro (Autor).
Em Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde - RBAFS v. 23, n 1, 2018.
Resumo
O objetivo deste estudo foi estimar as prevalências de comportamentos de risco a saúde, de forma isolada e agregada, e analisar fatores associados. Tratou-se de estudo epidemiológico transversal, com amostra representativa de escolares de 14 a 20 anos de idade (n = 1.170) do ensino médio da rede pública, Jequié, Bahia, Brasil. Os comportamentos de risco observados foram: níveis insuficientes de atividade física, comportamento sedentário, consumo inadequado de frutas e verduras e consumo de bebidas alcoólicas e de tabaco. Os possíveis fatores associados foram: sexo, idade, estado civil, ocupação, escolaridade da mãe e renda familiar. A prevalência de nível insuficiente de atividade física foi mais elevada no sexo feminino (87,6% vs. 73,0%; p = 0,001), enquanto que o consumo de bebidas alcoólicas (28,2% vs. 20,6%; p = 0,003) e de tabaco (8,7% vs. 3,8%; p = 0,001) foi superior no masculino. Para o sexo feminino houve 6,34 vezes maior a prevalência observada pela esperada (PO/ PE), entre: níveis insuficientes de atividade física, comportamento sedentário e consumo de bebidas alcoólicas e de tabaco A prevalência de três ou mais comportamentos de risco foi de 7,9% (IC95%: 6,4-9,5) e os escolares que pertenciam as s famílias com renda inferior a dois salários mínimos tiveram menor probabilidade de exposição (RP = 0,60; IC95%: 0,39-0,93). Os resultados indicaram elevada prevalência de insuficientemente ativos, de consumo inadequado de frutas e verduras e agregação de múltiplos comportamentos de risco para o sexo feminino.
Referências
1. World Health Organization (WHO). Global recommendations on physical activity for health. Geneva, SW: World Health Organization, 2010.
2. Hallal PC, Andersen LB, Bull FC, Guthold R, Haskell W, Ekelund U, et al. Global physical activity levels: surveillance progress, pitfalls, and prospects. Lancet. 2012;380(9838):247-57.
3. Lawlor DA, O’Callaghan MJ, Mamun AA, Williams GM, Bor W, Najman JM. Socioeconomic position, cognitive function, and clustering of cardiovascular risk factors in adolescence: findings from the Mater University Study of Pregnancy and its outcomes. Psyc Med. 2005;67:862-8.
4. Alamian A, Paradis G. Correlates of multiple chronic disease behavioral risk factors in Canadian children and adolescents. Am J Epidemiol. 2009;170(10):1279-89.
5. Plotniko RC, Karunamuni N, Spence JC, Storey K, Forbes L, Raine K, et al. Chronic disease-related lifestyle risk factors in a sample of Canadian adolescents. J Adolesc Health. 2009;44:606-9.
6. Matos MG, Marques A, Calmeiro L, Loureiro N. Diferentes perfis comportamentais em adolescentes e associação à prática de atividade física. Psic Sau & Doenças. 2014;15(2):495-509.
7. Dumith SC, Muniz LC, Tassitano RM, Hallal PC, Menezes AMB. Clustering of risk factors for chronic diseases among adolescents from Southern Brazil. Prev Med. 2012;54(6):393-6.
8. Tassitano RM, Dumith SC, Chica DAG, Tenório MCM. Aggregation of the four main risk factors to non- communicable diseases among adolescents. Rev Bras Epidemiol. 2014;17(2):465-78.
9. Leech RM, McNaughton SA, Timperio A. The clustering of diet, physical activity and sedentary behavior in children and adolescents: a review. Int J Behav Nutr Phys Act. 2014;11(4):1-9.
10. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). IBGE Cidades. [citado 2016 fev 20]. Disponível em: http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil. php?lang=&codmun=291800&search=bahia|jequie.
11. Luiz RR, Magnanini MMF. A lógica da determinação do tamanho da amostra em investigações epidemiológicas. Cad Saúde Col. 2000;8(2):9-28.
12. Silva KS, Lopes AS, Hoelfelmann LP, Cabral LGA, De Bem MFA, Barros MVG, et al. Health risk behaviors project (COMPAC) in youth of the Santa Catarina State, Brazil: ethics and methodological aspects. Braz J Kin Hum Per. 2013;15(1):1-15.
13. PeNSE. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2012. Rio de Janeiro: IBGE; 2013.
14. Reichenheim ME, Coutinho ES. Measures and models for causal inference in cross-sectional studies: arguments for the appropriateness of the prevalence odds ratio and related logistic regression. BMC Med Res Methodol. 2010;10(1):66.
15. Spring B, Moller AC, Coons MJ. Multiple health behaviors: overview and implications. J Public Health. 2012;34(S1):i3-i10.
16. Mccambridge J, Mcalaney J, Rowe R. Adult consequences of late adolescent alcohol consumption: a systematic review of cohort studies. PLOS Medi. 2011;8(2):1-13.
17. Currie C, Zanotti A, Morgan D, Currie D, Looze M, Roberts C. Social determinants of health and well-being among young people. Health Behavior in School-aged Children (HBSC) study: international report from the 2009/2010 survey W. R. O. F. Europe (Ed.). Health Policy for Children Adolesc. 2012;6.
18. Schuit AJ, van Loon AJ, Tijhuis M, Ocke M. Clustering of lifestyle risk factors in a general adult population. Prev Med. 2002;35(3):219-24.
19. Silva KS, Lopes AS, Vasques DG, Costa FF, Silva RCR. Clustering of risk factors for chronic noncommunicable diseases among adolescents: prevalence and associated factors. Rev Paul Ped. 2012;30(3):338-4