Resumo
O jogo é um tema sempre re-tomado, re-discutido por diversar áreas do conhecimento, inclusive pela Educação Física. As produções teóricas que dispomos em sua grande maioria elaboram seus pressupostos acerca do jogo com um olhar distante dos jogadores. Na medida que o jogo é um dos conteúdos trabalhados pela Educação Física, esta possui importante compromisso em compreender o jogo e o ato de jogar de maneira a mais aprofundada possível. Dessa forma, o presente estudo busca identificar alguns sentidos do ato de jogar, procurando mapear o modo como foram produzidos esses sentidos em 10 (dez) jogadores que jogam assistematicamente diversas modalidades de jogos, escolhidos aleatoriamente entre adolescentes, adultos e idosos, de ambos os sexos, na cidade de Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro. O estudo se desenvolve a partir da concepção de movimento lúdico em Heráclito, passando pela discussão do jogo enquanto possibilidade conceitual, classificatória, na sua interface com o teatro e na trama significativa entre o sagrado e o profano. As representações dos informantes foram remetidas ao material teórico levantado através do procedimento de Análise do Discurso, na perspectiva de Eni P. Orlandi onde se procurou identificar os sentidos explícitos e os silenciados das enunciações. A emergência das marcas linguísticas Competição, Ganhar, Brincadeira e Sorte, no seu sentido polissêmico apontaram para a predominância do sentido de onipotência do jogador que remete à implicações sociais consideráveis no domínio da ação pedagógica.