Resumo

O presente estudo objetiva identificar alguns sentidos que norteiam as representações
de educação física dos estudantes pertencentes ao curso de Educação Física da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).A literatura pesquisada demonstra
que a profissão de educador físico se encontra em ascensão. Há um crescente
contingente de estudantes optando por esta carreira e, concomitantemente, têm-se
mais Instituições de Ensino Superior oferecendo esta graduação. Aliada a esta
expansão da educação física enquanto carreira almejada, proliferam-se as discussões
(muitas das quais não consensuais) acerca deste campo de conhecimento. O que é a
educação física? Do que ela trata? Quais são seus possíveis campos de intervenção?
Pode-se sugerir que a recente ampliação das discussões e reflexões em relação ao
recorte epistemológico próprio da educação física, assim como também ao processo
de formação destes profissionais impõe novas dúvidas aos ainda estudantes, gerando
uma grande crise quanto à concepção do que vem a ser a educação física. Afinal,
quais os sentidos evocados pelos discentes quanto às representações que possuem
sobre educação física? Para o desenvolvimento do trabalho, caracterizado como
qualitativo, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com 10 discentes. A
metodologia utilizada foi a Análise de Discurso na perspectiva de Orlandi que visa
compreender como os objetos simbólicos produzem sentidos. Os resultados obtidos
apontam para as seguintes marcas lingüísticas: Educação Física, Corpo, Dinheiro e
Acho. Para a marca Educação Física fica evidenciado que o estudante possui
dificuldades em caracterizar a profissão. A educação física aparece como sinônimo
de conteúdo educacional, atividade física e movimento. Em relação à marca Corpo
pode-se dizer que o corpo fica discriminado exclusivamente pelo aspecto biológico.
A marca Dinheiro aparece com o sentido de receio de suposta instabilidade da
profissão. Já a marca Acho assinala insegurança e incerteza em suas enunciações.
Conclui-se que o estudante de graduação da UERJ possui dificuldade de delimitar
tanto os campos de conhecimento como os de atuação que abrangem sua profissão.
As diferentes áreas de conhecimento que perpassam a formação do educador físico
se apresentam dissociadas umas das outras, o que resulta em uma concepção de
homem fragmentada, retrógrada, determinada pela influência da filosofia positivista.

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