Alienação e violência: Conceito marxista para entender um debate necessário
Por Benedito Carlos Liborio (Autor), Caires Araujo (Autor).
Em XXIII Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte. IX CONICE - CONBRACE
Resumo
Após quatro anos de um governo fascista (2018-2022), assistimos um levante acintoso de formas mais primitivas e agressivas de violência. O colapso eminente do sistema social que vivemos, aponta para um tipo de sociabilidade cada vez mais restrita e definitivamente, intolerante. O tema da violência se torna cada dia mais presente, mas simultaneamente, pouco compreendido, principalmente no tocante a sua relação estruturante. Os marcos filosóficos divergem em sentidos, mas o que de fato precisamos entender é o exercício, segundo Marx e Engels (2017); e Frantz Fannon (2022), que a violência se apresenta como um axioma relativo as relações de classe e suas expressões sintomáticas são as formas de alienação1 . Para compreendermos o objetivo desse texto, entendermos uma questão inerente às estruturas sociais cindidas em classes: a violência. A violência como pressuposto social na dinâmica econômica de sociedades opressoras. Esse tema tem se destacado, por conta de acontecimentos hodiernos, muito presente no ambiente escolar, que nesse primeiro semestre de 2023, tal qual nos Estados Unidos da América2 , se transformou em palco de chacinas cometidas por jovens vinculados a grupos extremistas da ultradireita. Faz-se necessário distinguir os atos violentos do sistema, com aquilo que Fanon (2022), chama de: “[...] descolonização3 [...]” (FANON, 2022, p. 31). Que para nós, se apresenta articulado ao projeto histórico dos trabalhadores. Nesse sentido, a humanização na perspectiva desenvolvida sob a esteira da ontologia pensada por Engels e Marx (2010), por meio da composição de um legado, como perpetuação das estruturas contraditórias e complexas do atual sistema produtivo/reprodutivo. Esse debate, segundo Marx, no prefacio à primeira edição de O Capital, acentua que: “Para o leigo, a análise desse objeto parece se perder em vãs sutilezas. Trata-se, com efeito, de sutilezas, mas do mesmo tipo daquelas que interessam à anatomia micrológica.” (MARX. 2013, p. 78). Sem a pretensão de um aprofundamento das análises microscópicas do conceito de violência, buscaremos uma aproximação do movimento metodológico, que vai do ‘corpo a célula’.