Resumo

A presente dissertação apresenta uma análise com bases em teorias culturalistas sobre as representações do torcedor de futebol na mídia esportiva impressa. Dividido em quatro capítulos, o texto inicialmente reflete sobre questões teóricas e metodológicas acerca da mídia e sua importância enquanto espaço de construção de significados e identificações. Busca-se um diálogo entre conceitos de duas correntes distintas de análise da comunicação: a Teoria Crítica e os Estudos Culturais. Ainda no campo conceitual abordam-se parâmetros lingüísticos como referência para análises de fenômenos midiáticos e a idéia de jogo. Apresenta-se ainda as origens do futebol no mundo e no Brasil. A partir destes pressupostos busca-se compreender quem são os torcedores enquanto sujeitos sociais, simbolicamente construídos. Acrescenta-se uma trajetória histórica sobre os modos de torcer e as relações conflituosas entre torcedores e mídia. Para finalizar, são apresentadas impressões de torcedores de futebol, que possuem em comum o fato de serem também leitores de uma mesma publicação - especificamente, a editoria de esportes do Jornal da Cidade - e que, por suas posturas, podem ser considerados sujeitos representativos do campo receptivo. Após o percurso analítico, nota-se que o torcedor é elemento-chave do universo futebolístico, porém, nem sempre é assim percebido na mídia impressa, em que aparece como sujeito passivo, sem voz ativa, apesar de sua importância para a construção do fenômeno futebol-espetáculo. Identifica-se assim uma lacuna no jornalismo esportivo impresso, em que se desconsidera a voz dos torcedores na configuração do futebol enquanto espetáculo e para quem, em última análise, o jornalista escreve.

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