Alterações na Coordenação do Arremesso de Basquetebol de Crianças Utilizando Bolas com Peso e Tamanho Diferentes
Por Victor Hugo Alves Okazaki (Autor), Fábio Heitor Alves Okazaki (Autor), Gerson de Oliveira Amorim (Autor), Luis Teixeira (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
No basquetebol, o tamanho e peso da bola têm demonstrado ser um dos fatores
que mais influenciam a aprendizagem de habilidades técnicas durante a iniciação.
Entretanto, poucos estudos procuraram analisar as alterações decorrentes das
características físicas da bola sobre a coordenação das habilidades no basquetebol,
como por exemplo o arremesso. Desta forma, este estudo objetivou analisar a
coordenação do arremesso no basquetebol de crianças, em função de diferentes
pesos e tamanhos de bola. Uma análise cinemática (2D, 100 Hz) foi realizada no
plano sagital. Oito crianças (10,0 ± 0,5 anos; 1,45 ± 0,09 m; 39,88 ± 4,48 kg) com 2,25
± 0,79 anos experiência desempenharam arremessos com 3 modelos de bola (M1:
300-340g e circunferência 55-57cm; M2: 550-570g e circunferência 74-76cm; e M3:
600-650g e circunferência 76-78cm) a uma distância de 4m da cesta (altura de 2,60m).
As imagens foram digitalizadas através de um software específico de análise de
movimento (Dgeeme). Um modelo biomecânico (5 pontos definindo 4 segmentos)
forneceu o deslocamento e velocidade angular das articulações do ombro, cotovelo
e punho. Um filtro recursivo passa-baixa do tipo Butterworth de segunda ordem
(10Hz) foi utilizado para atenuar ruídos no sinal (software Biomechanics ToolBox).
A normalidade dos dados foi confirmada pelo teste de kolgomorov-Smirnov. O
teste de ANOVA ONE WAY foi utilizado para verificar a diferença nas variáveis
em função dos modelos de bola. Para demonstrar onde as diferenças ocorreram foi
utilizado o teste de Tukey. As análises estatísticas foram realizadas através do software
STATISTICA® (v.6.0) com o nível de significância de p<0,05. Não foram
encontradas modificações no perfil do deslocamento e velocidade angular no
arremesso das crianças, em função dos modelos de bola.Assim, o peso e tamanho
da bola não demonstraram mudanças nos padrões coordenativos do arremesso das
crianças. Por conseguinte, o efeito do peso e tamanho da bola tem um efeito mínimo
sobre a coordenação do arremesso. Um padrão de movimento consistente que não
pode ser prontamente modificado em um curto período de prática foi proposto
para explicar tal estabilidade coordenativa