Alterações encefálicas no transtorno do espectro do autismo: aproximações da neuroplasticidade ea atividade física
Por Jorge Marcos Ramos (Autor).
Em Revista da Associação Brasileira de Atividade Motora Adaptada - SOBAMA v. 24, n 1, 2023.
Resumo
Com os avanços das técnicas de ressonância magnética, iniciam-se estudos sobre as alterações anatômicas e fisiológicas do encéfalo da pessoa com Transtorno do Espectro Autista. O objetivo desta pesquisa é relacionar a importância da atividade física como mecanismo de estimulação precoce no processo de neuroplasticidade do encéfalo no TEA, com a perspectiva de melhorar sua funcionalidade. O estudo se caracterizou como uma revisão sistemática. A busca pelos documentos foi realizada nas bases de dados PubMed, LILACS, Scielo e Google Acadêmico, por meio dos descritores: autistic disorder, autism spectrum disorder, neurosciences, neuroanatomy, neurophysiology e diagnosis, empregando os operadores booleanos or e and. Foram selecionados 132 documentos e após análise somente 37 obedeceram aos critérios de inclusão. Foram identificados, entre outros comprometimentos, alterações no número de sinapses e de neurônios em determinadas regiões; alterações no número e na fisiologia das células da glia, bem como modificações nas conexões entre as regiões encefálicas. É necessário realizar o diagnóstico de autismo até os 2 anos de vida. Atrasos nesse sentido implicam maior morbidade e prejuízos significativos no processo de desenvolvimento dessas pessoas. É preciso que haja maior utilização de atividades físicas, pois a qualidade e a intensidade dessas ações podem ser fundamentais para o melhor desenvolvimento encefálico dessa população. Destaca-se a importância de mais pesquisas voltadas para a compreensão do encéfalo humano, a fim de contribuir para o estabelecimento de uma intervenção cada vez mais específica e eficaz.