Alterações Fisiológicas e Motivação da Prática Física do Boxe: o Virtual é Viável
Por Sandro Vinícius Vidal de Negreiros Pereira (Autor), Jorge Luiz de Brito Gomes (Autor), Raphael Jose Perrier Melo (Autor), Leonardo dos Santos Oliveira (None), Lúcia Inês Guedes de Oliveira (Autor), Manoel da Cunha Costa (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 25, n 4, 2017. 9 Páginas.
Resumo
Este estudo analisou as alterações metabólicas, cardiovasculares e motivacionais de adultos jovens submetidos a uma sessão de boxe real e virtual, utilizando o console Xbox360º com Kinect. Em um estudo experimental cruzado, 10 adultos jovens saudáveis, de ambos os sexos, eutróficos (idade: 21±1 anos; IMC: 23±1kg/m2; VO2pico: 25,5±5,9mL/kg/min) foram submetidos aleatoriamente a sessões de boxe real (saco de areia) e virtual (Kinect Sports Boxe) com duração de 15 minutos cada, separadas por 24h. Mensurou-se frequência cardíaca média (FCM) e máxima (FCmax) durante as sessões e pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) antes e após as sessões. O gasto energético (GE) e o consumo de oxigênio foram estimados a partir da intensidade e duração das sessões. Ao final de cada sessão, registraram-se a percepção subjetiva de esforço (PSE) e o grau de satisfação/motivação. A sessão de boxe real apresentou maior GE, consumo de oxigênio e FCM comparada à sessão virtual (P<0,05), contudo, FCmax, PAS e PAD não diferiram entre as sessões (P>0,05). A sessão real proporcionou maior PSE comparada à sessão virtual (P=0,008), mas a motivação/satisfação foi similar (P=0,391). Conclui-se que apesar de as alterações fisiológicas terem sido maiores na sessão “real”, caso o sujeito não tenha a opção de sair de casa para treinar o boxe real ou apresente condições clínicas específicas, o virtual, apresenta-se viável. Além disso, em virtude de a pressão arterial, FCmax e motivação à prática apresentarem-se semelhantes à sessão “real”, indica-se o boxe virtual como uma prática de variabilidade ao treino dos praticantes de boxe.Referências 1. Reiner M, Niermann C, Jekauc D, Woll A. Long-term health benefits of physical activity-a systematic review of longitudinal studies. BMC Public Health. 2013; 13: 813-21. 2. Garcia DO, Thomson CA. 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