Resumo

Em formaturas militares a posição ortostática (em pé), com a máxima imobilidade, é um fator exigido e, muitas vezes, suportando cargas externas. Para se adaptar a este esforço alterações fisiológicas são necessárias, porém podem ser prejudiciais. Entretanto, para tornar a atividade menos desgastante e sem comprometer a marcialidade do cerimonial militar, ajustes posturais podem ser sugeridos.

Objetivo: Observar as alterações de frequência cardíaca máxima (FCMáx), percentual de saturação de oxigênio (%SatO2), perímetro da panturrilha (PP), percepção subjetiva de esforço (PSE) e de percepção de conforto, comparando períodos de permanência na posição ortostática com e sem breve período de livre postura e com e sem sobrecarga de peso externo.

Métodos: Estudo experimental de seção transversal, modelo cross-over, do qual participaram 24 militares do sexo masculino. Foram executados dois protocolos (P1 e P2) simulando uma formatura de 33 minutos, em pé, com a máxima imobilidade, com carga externa (mochila operacional). Em ambos, foram executados comandos de “sentido e descansar” a cada 5 minutos, porém, somente em P2 os sujeitos puderam retirar a carga externa e permanecer em livre postura por 5 minutos. Foram realizadas medidas de FCmáx (bpm), %SatO2 (%), PP (cm), PSE e percepção de conforto. Foram realizados testes estatísticos ANOVA de medidas repetidas, ANOVA fatorial, U de Mann Whitney, Wilcoxon e correlação de Spearman.

Resultados: Houve aumento no PP, com diferença estatística significativa entre o minuto 13 (38,75 ± 5,91cm) e o minuto 33 (37,67 ± 4,62cm) em P1 (protocolo sem intervalo para “período de livre postura”), mas o mesmo não ocorreu em P2. Observou-se um aumento mais acentuado na FCmáx ao longo do tempo em P1, foram encontradas diferenças significativas apenas em P1, em todos os momentos após M16 (M21 = 80,58 ± 13,49 bpm; M26 = 79,08 ± 10,61 bpm; M31 = 83,67 ± 11,77 bpm e M33 = 80,00 ± 12,80 bpm) em relação ao primeiro minuto (M1=71,71 ± 15,29 bpm). Não houve diferenças no %SatO2. Não foi encontrada diferença significativa na PSE, nem na percepção de conforto entre os protocolos.

Conclusão: Um período de 5 minutos, com livre postura e sem a mochila operacional, em formatura militar, parece ter um efeito protetor em relação a alguns efeitos fisiológicos causados por este tipo de esforço, embora não pareça influenciar na percepção de esforço e percepção de conforto entre militares.

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