Resumo

A sobrecarga cardiovascular imposta por contrações isométricas fatigantes faz com que a fisiologia do exercício estático seja uma área de interesse de fisiologistas, professores de Educação Física, clínicos e fisioterapeutas. Além das atividades diárias que envolvem grande componente estático, a utilização de exercícios contra resistência está se tornando largamente aceita e empregada não só no treinamento de atletas mas também em programas de exercícios relacionados à saúde e ao lazer, assim como em atividades ocupacionais. Desse modo, uma maior ênfase em estudos relacionados aos processos de mensuração e prescrição de atividades estáticas, assim como dos mecanismos fisiológicos subjacentes à esse tipo de atividade deve ser dada, em especial nesse momento em que o interesse da comunidade científica e do público em geral é crescente. O objetivo dessa fase foi aprofundar e estender o conhecimento científico relacionado aos seguintes aspectos do exercício estático: a) Influência do treinamento estático na relação entre respostas cardiovasculares e intensidade relativa da força voluntária máxima; b) Importância de diferentes intensidades relativas da força voluntária máxima sobre as respostas cardiovasculares à contrações isométricas fatigantes; c) Alterações volumétricas e na função ventricular esquerda durante exercício estático diferentes intensidades relativas da força voluntária máxima; d) Diferenças nas respostas de pressão arterial e freqüência cardíaca ao exercício estático com manobras respiratórias distintas; e) Alterações volumétricas e na função ventricular esquerda durante o exercício estático com manobras respiratórias distintas. Onze indivíduos participaram das investigações realizadas nesse estudo. O exercício estático realizado foi o de "extensão" dos joelhos em 90º nesta articulação. A freqüência cardíaca foi determinada em registro eletrocardiográfico, a pressão arterial foi mensurada indiretamente pelo método auscultatório. Os volumes ventriculares assim como a função ventricular esquerda foram avaliados pela ecocardiografia. A partir dos resultados obtidos, observamos que: a) As respostas cardiovasculares à contração isométricas fatigantes em uma determinada intensidade relativa da força voluntária máxima é modificada através do treinamento com exercícios estáticos específicos. b) As respostas cardiovasculares ao exercício estático fatigante não é constante com diferentes intensidades relativas da força voluntária máxima. c) Não ocorrem modificações no volume sistólico durante o exercício estático com diferentes intensidades relativas da força voluntária máxima. Alterações volumétricas e no estado inotrópico do coração parecem ser responsáveis pela manutenção de um constante volume sistólico. d) A aplicação do bloqueio expiratório durante 15 segundos ao final de um exercício estático causa uma acentuada resposta pressórica em relação ao exercício estático com respiração não bloqueada. Essa resposta parece ser mediada reflexamente por estimulação alfa-adrenérgica. e) As alterações volumétricas e na função ventricular esquerda durante o exercício estático são extremas e a aplicação da manobra de Valsalva não causa maiores repercussões nesses parâmetros ecocardiográficos. Novas investigações sobre as respostas cardiovasculares ao exercício estático devem ser desenvolvidas considerando os mecanismos subjacentes à fadiga com contrações isométricas, a intensidade relativa da força voluntária máxima e diferentes manobras respiratórias em relação ao tipo, duração e intensidade.

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