Resumo

Replicando um estudo anterior com o mesmo canoísta veterano, foram analisados, no sangue periférico, os valores de várias células da função imune, bem como algumas medidas antropométricas, antes e um, cinco e dez dias após uma ultramaratona (UM) em Kayak. As amostras sanguíneas foram obtidas em jejum, às 9 horas da manhã e, pelo menos, mais de 12 horas após o último momento de esforço. Foram medidos o número de leucócitos e o número e percentagens de linfócitos, monócitos, neutrófilos, eosinófilos e basófilos. Por citometria de fluxo foram identificados as seguintes subséries linfocitárias (CD3+, CD4+, CD8+, CD16+/CD56+, CD19+), ratio CD4+/CD8+, CD3+αβ, CD3+γδ, e os marcadores de activação (CD25+, CD94+ e HLA-DR), bem como as células “naive” (CD45RA+) e “memória” (CD45RO+). As alterações mais significativas após a UM incidiram na redução das células CD4+CD45RA+ (-14.8%), CD94+ (-40%), da ratio CD4+/CD8+ (-15.7%) e no aumento das CD4+CD25+ (28%), CD8+ (19%), CD8+CD25+ (36%), CD25+ (29%). Com excepção das células totais CD25+, cujos valores se mantiveram elevados, e das células NK, em que se acentuou a depressão pós-esforço (- 13.6%), ao 10º dia após esforço todos os valores de partida foram recuperados e por vezes ultrapassados. Verificou-se uma redução significativa do peso corporal a expensas da redução da percentagem da massa gorda, o que indica um balanço energé- tico negativo no decurso da UM. A evolução dos indicadores imunológicos, neste estudo, indicia uma boa capacidade adaptativa do sujeito a este tipo de esforços. As alterações provocadas pela UM parecem ter um carácter transitório e não se exprimiram por qualquer crise infecciosa das vias respiratórias superiores em todo o tempo do estudo

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