Alterações Morfológicas e Modulação dos Receptores de Andógenos da Próstata de Ratos Wistar Submetidos Ao Treinamento Aeróbio e o Fumo
Por D. B. Baptista (Autor), G. R. Teixeira (Autor), N. J. Santos (Autor), V. A. Menezes (Autor), A. R. Florido Neto (Autor), P. M. Seraphim (Autor).
Resumo
A próstata é uma glândula sexual acessória masculina com importante função no processo reprodutivo. Andógenos regulam o crescimento da próstata atuando através do receptor de andógeno (AR). Alterações endócrinas recorrentes do consumo do cigarro ou da prática de exercício físico aeróbio modulam as características da próstata podendo ser benéfica ou prejudicial. Sendo assim o objetivo do trabalho foi verificar os efeitos causados pelo fumo, e as possíveis relações com o exercício físico aeróbio na próstata de ratos Wistar. Foram utilizados 40 ratos machos adultos (60 dias) da variedade Wistar distribuídos em quatro grupos com 10 animais cada: sedentários (S); treinados (TF); fumantes (F); e treinado fumantes (TF+F). A exposição ao tabaco foi através de inalação de fumaça compreendido por duas fases: adaptação (2 cigarros/ dias a 10 min) e experimental (4 cigarros/30 min, 2x/dia, 5 dias por semana, durante 60 dias). O protocolo de treinamento aeróbico foi desenvolvido em 8 semanas em esteira rolante com uma semana de adaptação, com carga progressiva. O treinamento consistiu de cinco sessões/semana com duração de 60 minutos cada sessão, velocidade de 10m/min. Aos 120 dias de idade os animais foram submetidos a eutanásia e a região intermediária e distal da próstata ventral (PV) foi coletada, dissecada e processadas. Os cortes de PV foram corados com H/E para análises morfológicas e submetidos a imunolocalização de AR. Não houve diferença significativa no peso inicial dos animais. O grupo TF+F apresentou peso final menor (418,1±27,8) que os animais do grupo F (424,4±55,7). O grupo S apresentou peso corporal final menor (409,8±43,3) que o grupo TF (415,2±29,8). Os resultados da estereologia apontam que a média do tamanho de lúmens prostáticos do grupo TF foi maior significativamente (63,6 %) que o grupo F (48,8%). O grupo TF, também foi maior estatisticamente (63,6 %) que o grupo TF+F (47,4%). Importante salientar que o grupo TF foi 7% maior comparado ao grupo S. Não houve diferença significativa para os grupos nos resultados de epitélio, portanto o epitélio do grupo F foi 23% maior que o grupo S. O grupo TF apresentou epitélio 15% reduzido em relação ao grupo S. O grupo TF+F foi 10% menor quando comparado ao grupo F. Para os dados do estroma prostático o grupo TF foi significantemente menor (12,9%) que o grupo TF+F (24,3%), o grupo F apresentou seu estroma 57% maior comparado ao grupo S. Para os resultados de AR, o grupo TF apresentou maior porcentagem (71,9%±2,8) comparado ao grupo TF+F (59,2%±1,054). Assim como o grupo S obteve maior quantidade (71,2%±3,0) comparado ao grupo TF+F (59,2%±1,0). Concluímos que o consumo crônico do fumo é considerado fator de risco ocasionando por lesões prostáticas, como inflamações, no entanto a prática de exercício físico proporciona benefícios, não observadas quando associado ao fumo.