Alterações na composição corporal de pessoas com lesão medular após três configurações distintas de treinamento resistido
Por Osvaldo Costa Moreira (Autor), Lucas Vieira Santos (Autor), Karla Raphaela da Silva Ramos Freitas (Autor), Eveline Torres Pereira (Autor), Claudia Eliza do Patrocínio de Oliveira (Autor).
Em II Simpósio Internacional de Fisiologia do Exercício e Saúde
Resumo
Após uma lesão medular espinhal (LME), as mudanças hormonais e metabólicas podem aumentar o risco de obesidade, doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. A piora na composição corporal e o aumento na atividade inflamatória em pessoas com SCI podem resultar na ocorrência de alterações cardíacas e síndrome metabólica e o cuidado com o peso corporal permanece a melhor forma de lidar com tais complicações. Há também uma redução na massa óssea e na massa muscular além de um aumento no peso de gordura que ocorrem de maneira acentuada no primeiro ano após a LME, caracterizando a obesidade sarcopênica, também observada nessa população. Os músculos podem sofrer atrofia devido à falta de estímulos pela perda do drive neural, afetando a força e mobilidade. Por isso, treinamento resistido (TR) beneficia pacientes com LME em suas atividades diárias, melhorando a massa muscular, força e qualidade de vida, além de prevenir quedas e promover independência. Objetivo: Sabendo disso, o objetivo deste estudo foi analisar os efeitos de 3 diferentes métodos de TR em pessoas com LME sendo eles o TR tradicional (TRT), o TR Reforçado Excentricamente (TRRE) e o TR de alta velocidade na fase concêntrica, popularmente conhecido como treinamento de potência (POT). Métodos: 3 grupos de 5 indivíduos realizaram 8 semanas de treinamento com exercícios de membros superiores para todos os grupos musculares de função preservada, com volume progressivo e intensidade de alta a moderada (OMNI-RES) e tiveram sua composição corporal (CC) avalia por DEXA. As variáveis avaliadas foram o peso corporal (PC), massa magra (MM), massa de gordura (MG). Os dados foram analisados descritivamente e avaliada a normalidade com o teste de Shapiro-Wilk. Variáveis não normais foram transformadas logaritmicamente (base 10). A homogeneidade das variáveis foi verificada com o teste Box M. As comparações iniciais entre grupos foram feitas com a Análise da Variância de uma via e post hoc de Bonferroni. Para comparações intra e intergrupo, foi usada a ANOVA para medidas repetidas de duas vias, considerando os fatores tempo e grupo. O nível de significância adotado foi p<0,05. Resultados: Observou-se uma melhora significativa da MM após o período de treinamento para os grupos POT (35,89±7,07) e TRRE (39,64±3,76), porém quando comparados os grupos o TRT apresentava MM (37,53±9,67) superior aos dois primeiros mesmo sem alterações significativas após as 8 semanas de treinamento. Importante ainda ressaltar o aumento de MG no grupo TRRE (21,49±0,62). Para as demais variáveis, não se observou diferenças significativas. Conclusão: Conclui-se que POT e TRRE foram eficientes para aumentar a MM e TRT foi eficiente para a manutenção da MM de pessoas com LME