Alterações na composição corporal, força muscular e biomarcadores sanguineos induzidas pelo treinamento de força podem estar associados com mudanças cognitivas em idosas?
Por Paolo Marcello da Cunha Fabro (Autor), João Pedro Nunes (Autor), Melissa Antunes (Autor), Leticia Trindade Cyrino (Autor), Paulo Sugihara Junior (Autor), Gabriel Kunevaliki (Autor), Edilson Serpeloni Cyrino (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
Durante o processo de envelhecimento, podem ser observados reduções na força e massa muscular, aumentos e redistribuição da gordura corporal, que por sua vez podem gerar incapacidades físicas e desenvolvimento de diversas doenças crônicas não-degenerativas. Além disso, também é observado um declínio cognitivo que é um fator importante para a piora da capacidade física dessa população. Diversos estudos transversais, prospectivos, vem mostrando uma relação entre esses desfechos, ou seja, baixos níveis de força, massa muscular, gordura elevada, com piores indicadores de cognição e saúde mental. Em contrapartida, o treinamento de força tem uma função importante para amenizar ou até mesmo reverter tais alterações, na população idosa. OBJETIVOS: verificar se alterações induzidas pelo TF na composição corporal, força muscular e biomarcadores sanguíneos poderiam estar relacionados com melhoras em parâmetros cognitivos em mulheres idosas com declínio cognitivo. MÉTODOS: A presente investigação foi uma análise exploratória de um estudo anterior. Selecionamos apenas os participantes que atingiram < 26 pontos no Montreal Cognitive Assessment (MoCA). Foram mensurados a composição corporal (DXA), biomarcadores sanguíneos, vários testes cognitivos e de saúde mental. As participantes passaram por 12 semanas de intervenção, com 8 exercícios, 3 séries por exercício, com 8-12 repetições. Testes de amostras pareadas foram usados para comparar valores pré e pós-treinamento. Correlação de Pearson foi usado para verificar a relação entre z-score da cognição com as variáveis da composição corporal, força muscular e biomarcadores sanguíneos. RESULTADOS: Foram observadas melhoras em todos os parâmetros morfofuncionais (massa muscular = 2.7%; porcentual de gordura = -1.5%; força = 9.3%), a maioria dos biomarcadores sanguíneos apresentaram melhoras estatisticamente significantes (LDL-c = -4.6%; HDL-c = 6.1%; BDNF = 27%; NOx = 14.1%). MoCA apresentou uma melhora de 8.4%, fluência verbal de 7.0%, Stroop teste -26.7% e BAI de 27.8%. Contudo, para as análises de correlação, apenas o Nox apresentou uma correlação significativa (P=0.05, r = 0.267). CONCLUSÃO: Os resultados mostram que o TF melhorou as funções cognitivas e os sintomas de ansiedade, composição corporal, força e biomarcadores sanguíneos em mulheres idosas com declínio cognitivo. Contudo, as mudanças na composição corporal, força muscular e biomarcadores sanguíneos não foram relacionadas com melhoras na cognição