Resumo

Introdução: As aulas de circo estão cada vez mais presentes nos clubes, escolas e faculdades, por isso estudos com foco nas atividades circenses tem papel crucial para formar um conjunto de conhecimentos, afim de auxiliar os profissionais de Educação Física a ministrar aulas com eficiência e segurança, tano para os alunos como para os professores. Segundo Silva (2008), no final da década de 1970 surgiram as primeiras escolas de circo no Brasil. O circo possui um potencial incrível para ser utilizado como ferramenta educativa ou de treinamento. Nesta pesquisa verificou-se se houve alteração na força muscular, apos o treinamento resistido numa maquina de musculação que tem em sua característica a inovação de simular o gesto circense do Portô. O “portô” atua como sustentador de outras pessoas nas bases das pirâmides humanas, além de ser o responsável por lançar e receber o “volante” (pessoa aparada pelo “portô”) em diversos movimentos aéreos como o trapézio de voos por exemplo. Sendo assim, para o “portô“ é imprescindível que ele possua um ótimo nível de força muscular, que dependente do movimento em que o “portô” atua, poderá ser manifestar de diversas formas. Ou seja verificar a validade da maquina que simula o gesto feito pelo portô para a melhora e desenvolvimento de capacidades relacionadas à força. Materiais e Métodos: Estudo piloto com intervenção de 17 sessões de treinamento na maquina denominada “PortôPortér” e um período inicial de familiarização com aparelho. Nas duas primeiras sessões foram executadas 2 séries, nas sessões três e quatro foram executadas 3 séries, sessões cinco e seis foram executadas 4 séries e a partir da sessão 7 a 17 foram executadas 5 séries, os voluntários eram instruídos a fazer o maior numero de repetições possíveis em cada série. Foram executadas medidas pré e pós intervenção do número de repetições máximas executadas em 3 séries com três minutos. Amostra -Homens saudáveis entre 32 a 39 anos com experiência na atividade de “portôs” todos são profissionais com mais de quatro anos de experiência. O movimento - Escolhido para esta pesquisa foi o “pé com mão” conhecido na musculação como desenvolvimento e push press no levantamento de peso olímpico. Testes de repetições máximas: Foram realizados dois testes de repetições máximas (REPMAX) com o peso fixo de dois tijolos da máquina para todos os voluntários após a quarta sessão de treinamento (teste 1 – T1) e após a última sessão de treinamento (teste 2 – T2). O movimento realizado nos testes foi o “pé com mão”. Entretanto, nos dois testes (T1 e T2) os voluntários realizaram três séries de repetições máximas deste movimento com intervalos de cinco minutos entre cada série. Análise dos resultados dos testes: Pelo fato de dois dos três voluntários terem as freqüências às sessões de treinamento inferior a 80% e dos três voluntários terem frequências diferentes não foi realizado nenhum estudo estatístico envolvendo todos eles. Optou-se em analisar os dados comparando os resultados de T1 e T2 do próprio voluntário Resultados: A análise comparativa individual dos testes dos voluntários apresentou os seguintes resultados: - todos os voluntários apresentaram quedas (22,3% a 50%) nos índices de fadiga muscular entre T1 e T2. - todos os voluntários aumentaram (200% a 233%) o número máximo de repetições na terceira série entre T1 e T2; - todos os voluntários aumentaram (33,3% a 125%) o número máximo de repetições na primeira série entre T1 e T2; - todos os voluntários aumentaram (78,9% a 125%) o número máximo de repetições pelas somas totais de movimentos nas três séries entre T1 e T2; Discussão: De acordo com Dantas e Coutinho (2014), há aumento dos níveis de força concomitante ao treino específico de sua modalidade. Isto ocorreu individualmente em todos os voluntários desta pesquisa-piloto. Observou-se também um aumento considerável da resistência à fadiga. Conclusão: A presente pesquisa-piloto demonstrou que o “portô” em treinamento resistido numa máquina simuladora do movimento circense “pé com mão” tem uma tendência ao aumento na força de resistência e diminuição do índice de fadiga. O que sugere também que a máquina simuladora para este movimento circense poderia ser utilizada pelo “portô” sem a participação do volante. Além disso, outros benefícios para o “portô” seriam a possibilidade de ganhar força gradualmente até chegar ao valor de massa corporal do volante e manter a carga de treinamento numa impossibilidade da presença do volante. Por outro lado, com as devidas adaptações na máquina simuladora e na metodologia de treinamento, provavelmente, indivíduos não circenses também poderiam obter os mesmos benefícios em termos de aquisição de força de resistência e resistência à fadiga de forma lúdica, segura e sem a necessidade da exigência e experiência técnica de um “portô” profissional. Pesquisas futuras envolvendo pessoas não circenses e comparações com máquinas ou aparelhos que possibilitam a realização de movimentos similares são necessárias para aprofundamento dos resultados obtidos nesta pesquisa-piloto.

Acessar Arquivo