Alterações na Força Muscular Após Treinamento Resistido em Máquina Simuladora de Movimento Circense.
Por César Fabiano Lopes (Autor), Flávio Antônio Ascânio Lauro (Autor), Marcia Francine (Autor).
Em 40º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação - Intercom
Resumo
Introdução: As aulas de circo estão cada vez mais presentes nos clubes, escolas e faculdades, por isso estudos com foco nas atividades circenses tem papel crucial para formar um conjunto de conhecimentos, afim de auxiliar os profissionais de Educação Física a ministrar aulas com eficiência e segurança, tano para os alunos como para os professores. Segundo Silva (2008), no final da década de 1970 surgiram as primeiras escolas de circo no Brasil. O circo possui um potencial incrível para ser utilizado como ferramenta educativa ou de treinamento. Nesta pesquisa verificou-se se houve alteração na força muscular, apos o treinamento resistido numa maquina de musculação que tem em sua característica a inovação de simular o gesto circense do Portô. O “portô” atua como sustentador de outras pessoas nas bases das pirâmides humanas, além de ser o responsável por lançar e receber o “volante” (pessoa aparada pelo “portô”) em diversos movimentos aéreos como o trapézio de voos por exemplo. Sendo assim, para o “portô“ é imprescindível que ele possua um ótimo nível de força muscular, que dependente do movimento em que o “portô” atua, poderá ser manifestar de diversas formas. Ou seja verificar a validade da maquina que simula o gesto feito pelo portô para a melhora e desenvolvimento de capacidades relacionadas à força. Materiais e Métodos: Estudo piloto com intervenção de 17 sessões de treinamento na maquina denominada “PortôPortér” e um período inicial de familiarização com aparelho. Nas duas primeiras sessões foram executadas 2 séries, nas sessões três e quatro foram executadas 3 séries, sessões cinco e seis foram executadas 4 séries e a partir da sessão 7 a 17 foram executadas 5 séries, os voluntários eram instruídos a fazer o maior numero de repetições possíveis em cada série. Foram executadas medidas pré e pós intervenção do número de repetições máximas executadas em 3 séries com três minutos. Amostra -Homens saudáveis entre 32 a 39 anos com experiência na atividade de “portôs” todos são profissionais com mais de quatro anos de experiência. O movimento - Escolhido para esta pesquisa foi o “pé com mão” conhecido na musculação como desenvolvimento e push press no levantamento de peso olímpico. Testes de repetições máximas: Foram realizados dois testes de repetições máximas (REPMAX) com o peso fixo de dois tijolos da máquina para todos os voluntários após a quarta sessão de treinamento (teste 1 – T1) e após a última sessão de treinamento (teste 2 – T2). O movimento realizado nos testes foi o “pé com mão”. Entretanto, nos dois testes (T1 e T2) os voluntários realizaram três séries de repetições máximas deste movimento com intervalos de cinco minutos entre cada série. Análise dos resultados dos testes: Pelo fato de dois dos três voluntários terem as freqüências às sessões de treinamento inferior a 80% e dos três voluntários terem frequências diferentes não foi realizado nenhum estudo estatístico envolvendo todos eles. Optou-se em analisar os dados comparando os resultados de T1 e T2 do próprio voluntário Resultados: A análise comparativa individual dos testes dos voluntários apresentou os seguintes resultados: - todos os voluntários apresentaram quedas (22,3% a 50%) nos índices de fadiga muscular entre T1 e T2. - todos os voluntários aumentaram (200% a 233%) o número máximo de repetições na terceira série entre T1 e T2; - todos os voluntários aumentaram (33,3% a 125%) o número máximo de repetições na primeira série entre T1 e T2; - todos os voluntários aumentaram (78,9% a 125%) o número máximo de repetições pelas somas totais de movimentos nas três séries entre T1 e T2; Discussão: De acordo com Dantas e Coutinho (2014), há aumento dos níveis de força concomitante ao treino específico de sua modalidade. Isto ocorreu individualmente em todos os voluntários desta pesquisa-piloto. Observou-se também um aumento considerável da resistência à fadiga. Conclusão: A presente pesquisa-piloto demonstrou que o “portô” em treinamento resistido numa máquina simuladora do movimento circense “pé com mão” tem uma tendência ao aumento na força de resistência e diminuição do índice de fadiga. O que sugere também que a máquina simuladora para este movimento circense poderia ser utilizada pelo “portô” sem a participação do volante. Além disso, outros benefícios para o “portô” seriam a possibilidade de ganhar força gradualmente até chegar ao valor de massa corporal do volante e manter a carga de treinamento numa impossibilidade da presença do volante. Por outro lado, com as devidas adaptações na máquina simuladora e na metodologia de treinamento, provavelmente, indivíduos não circenses também poderiam obter os mesmos benefícios em termos de aquisição de força de resistência e resistência à fadiga de forma lúdica, segura e sem a necessidade da exigência e experiência técnica de um “portô” profissional. Pesquisas futuras envolvendo pessoas não circenses e comparações com máquinas ou aparelhos que possibilitam a realização de movimentos similares são necessárias para aprofundamento dos resultados obtidos nesta pesquisa-piloto.