Resumo

Introdução: A velocidade de execução dos movimentos é uma variável de treinamento de força que pode ser manipulada de acordo com os objetivos da etapa do planejamento. Quando comparadas diferentes velocidades de execução, a realização de uma sessão com velocidade rápida resulta em maior fadiga, danos teciduais, dores de início tardio e recuperação mais lenta do desempenho neuromuscular. Todavia, na maioria dos estudos que comparam diferentes velocidades, são utilizadas fases isoladas da contração (concêntrica ou excêntrica) e aparelhos isocinéticos, tornando a aplicação prática destes um pouco distante da realidade dos gestos motores encontrados nos esportes, das rotinas de treinamento de atletas e da população em geral. Sendo assim, o objetivo desse estudo foi observar as alterações no desempenho neuromuscular após a execução de uma sessão de treinamento de força realizada com distintas velocidades de execução no treinamento de força. Materiais e Métodos: 8 homens foram randomicamente divididos em 2 grupos de 4 indivíduos cada: Velocidade rápida (VR) (idade: 23,3 ±2,5 anos; 4,0 ±1,8 anos de experiência com treino de força; massa: 85,5 ±12,9 kg; altura: 178,0 ±9,1 cm) e velocidade lenta (VL) (22,0 ±1,8 anos; 3,0 ±0,8 anos de experiência de treino; 78,8 ±4,7kg; 174,3 ±6,9cm). O desempenho neuromuscular foi monitorado através do teste de salto horizontal contra movimento (HCMJ) nos momentos Pré, Pós (0) e até 96 horas após. O treinamento foi composto de 5 séries de 12 repetições com a carga de 60% 1RM e 50s de pausa entre as séries, no exercício meio agachamento. A velocidade de execução foi controlada por metrônomo. O grupo VR realizou os movimentos com uma frequência de 80 batimentos por minuto (1,5s por repetição) e o grupo VL a 40 batimentos por minuto (6s por repetição). Resultados: Os resultados da two-way Anova mostraram uma queda significativa (p<0,0001) do desempenho do HCMJ Pós (~15% para o grupo VL e ~12% para o VR). Todavia, nos momentos 24, 48, 72 e 96H Pós, o desempenho retornou ao mesmo aos valores iniciais. Nenhuma diferença significativa (p>0,05) foi observada entre os grupos (ver Figura 1).  Conclusões: A manipulação da velocidade de execução no exercício meio agachamento não influenciou as alterações no desempenho neuromuscular de membros inferiores em indivíduos treinados.

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