Alterações no Desempenho Neuromuscular Pós-treinamento de Força Realizado com Diferentes Velocidades de Execução no Exercício Meio Agachamento
Por Vinicius Concon Risso (Autor), Bernardo Neme Ide (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: A velocidade de execução dos movimentos é uma variável de treinamento de força que pode ser manipulada de acordo com os objetivos da etapa do planejamento. Quando comparadas diferentes velocidades de execução, a realização de uma sessão com velocidade rápida resulta em maior fadiga, danos teciduais, dores de início tardio e recuperação mais lenta do desempenho neuromuscular. Todavia, na maioria dos estudos que comparam diferentes velocidades, são utilizadas fases isoladas da contração (concêntrica ou excêntrica) e aparelhos isocinéticos, tornando a aplicação prática destes um pouco distante da realidade dos gestos motores encontrados nos esportes, das rotinas de treinamento de atletas e da população em geral. Sendo assim, o objetivo desse estudo foi observar as alterações no desempenho neuromuscular após a execução de uma sessão de treinamento de força realizada com distintas velocidades de execução no treinamento de força. Materiais e Métodos: 8 homens foram randomicamente divididos em 2 grupos de 4 indivíduos cada: Velocidade rápida (VR) (idade: 23,3 ±2,5 anos; 4,0 ±1,8 anos de experiência com treino de força; massa: 85,5 ±12,9 kg; altura: 178,0 ±9,1 cm) e velocidade lenta (VL) (22,0 ±1,8 anos; 3,0 ±0,8 anos de experiência de treino; 78,8 ±4,7kg; 174,3 ±6,9cm). O desempenho neuromuscular foi monitorado através do teste de salto horizontal contra movimento (HCMJ) nos momentos Pré, Pós (0) e até 96 horas após. O treinamento foi composto de 5 séries de 12 repetições com a carga de 60% 1RM e 50s de pausa entre as séries, no exercício meio agachamento. A velocidade de execução foi controlada por metrônomo. O grupo VR realizou os movimentos com uma frequência de 80 batimentos por minuto (1,5s por repetição) e o grupo VL a 40 batimentos por minuto (6s por repetição). Resultados: Os resultados da two-way Anova mostraram uma queda significativa (p<0,0001) do desempenho do HCMJ Pós (~15% para o grupo VL e ~12% para o VR). Todavia, nos momentos 24, 48, 72 e 96H Pós, o desempenho retornou ao mesmo aos valores iniciais. Nenhuma diferença significativa (p>0,05) foi observada entre os grupos (ver Figura 1). Conclusões: A manipulação da velocidade de execução no exercício meio agachamento não influenciou as alterações no desempenho neuromuscular de membros inferiores em indivíduos treinados.