Alterações Posturais em Crianças e Adolescentes Institucionalizados
Por Eloá Ferreira Yamada (Autor), Eloá Maria dos Santos Chiquetti (Autor), Antonio Adolfo Mattos de Castro (Autor), Débora Fiorenza Lavarda (Autor), Fabiana Binato da Rocha Brum (Autor), Fernanda Massari Almeida Muñoz (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 22, n 3, 2014. Da página 43 a 52
Resumo
Na infância e adolescência se faz necessário uma melhor atenção à saúde, em especial das alterações na composição corporal que é determinante na saúde do adulto. Diversos fatores influenciam o desenvolvimento, como a hereditariedade e carga genética, mas principalmente o ambiente que os circunda. Um ambiente institucional é desfavorável para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes e gera prejuízos evidentes que afetam diretamente a saúde física. O objetivo desse trabalho foi detectar alterações posturais nas crianças e adolescentes institucionalizadas. Foram avaliados 37 indivíduos, sendo 24 crianças e 13 adolescentes, que responderam um questionário com informações pessoais e hábitos diários, e a avaliação postural na qual foram avaliados na vista anterior, lateral e posterior, com fotografias posteriormente analisadas no Software de Avaliação Postural (SAPO). Dos indivíduos avaliados, a maioria realiza atividades físicas, adota a posição de decúbito lateral para dormir e utiliza mochila de 2 alças. Na avaliação postural, observou-se que as crianças apresentaram uma elevada prevalência de cabeça rodada, elevação de ombro à direita, EIAS elevada à esquerda, inclinação de tronco para o lado direito, valgo dos joelhos, além da anteriorização da cabeça e do corpo, e escoliose. Os adolescentes apresentaram frequências elevadas de cabeça rodada à direita, ombro esquerdo mais elevado, EIAS direita mais alta, inclinação de tronco para o lado direito, varismo no joelho direito e valgismo no joelho esquerdo, anteriorização de cabeça e do corpo, diminuição do ângulo tíbio-társico. Observou-se também um índice elevado de problemas emocionais, entretanto não houve função entre a postura inclinada das crianças e adolescentes e o desenho da figura humana inclinada. Assim, é fundamental a detecção precoce dessas alterações durante a infância e adolescência para que uma intervenção fisioterapêutica preventiva e específica possa minimizar os problemas, e futuros desconfortos na vida adulta, provenientes da consolidação dessas alterações de postura dos jovens.