Alterações Psicofisiológicas em Corredores de Uphill
Por Ramiro Doyenart (Autor), Daniel Boeira (Autor), Fernanda Sombrio (Autor), Yuri Pinheiro Milhomens (Autor), Karin Martins Gomes (Autor), Luciano Acordi da Silva (Autor).
Em 43º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Indrodução: O notório aumento do número de corridas de rua e de participantes, especialmente na última década, apresenta novos desafios para a saúde mental esportiva. Este crescimento estimulo a competitividade e o consequente aumento de cargas nos treinos, bem como a pressão mental (estresse, ansiedade) que envolve a atmosfera destes eventos esportivos. O objetivo do presente estudo foi verificar as alterações psicofisiológicas dos corredores após a realização de uma prova de Uphill. Foram recrutados vinte e três corredores, sendo onze homes (35±5.6 anos; 1.7±0.2m; 76.6±10kg; 11.5 ± 4.5 % de gordura) e doze mulheres (39 ± 9.2 anos; 1.61 ± 0.1 m; 58.8 ± 3.8; 20.1 ± 3.1% de gordura) que participaram da prova Uphill (distância 24.6km, elevação acumulada 2142m, inclinação máxima 59%, temperatura de 13°C e umidade 97%). Todos os corredores também foram equipados com frequencímetros e GPS (Global Positioning System) e submetidos a avaliações fisiológicas (glicemia, lactato, dispêndio energético, frequência cardíaca, temperatura corporal), psicológicas (escalas subjetivas de saúde mental e inventários de estresse e ansiedade competitiva) e neuromusculares (resistência, potência e força) uma hora antes e imediatamente depois do término da prova. Os dados foram expressos em média e erro padrão médio, analisados estatisticamente pela análise de variância (ANOVA) one-way, seguido pelo teste post hoc Bonferroni. O nível de significância foi estabelecido em p<0,05. Utilizou-se o SPSS (Statistical Package for the Social Sciences). Os resultados apontam que, durante a prova, a FCmédia foi de 182±5.5bpm, a velocidade 8±1.13kin/h, o pace 7.31± 1.15m/km e o dispêndio energético final foi de 2114±901.61kcal. Após o Uphill houve a diminuição significativa (p< 0.05) da resistência muscular (22%), potência (27%), força lombar (30%), escala de ansiedade (40%) e ansiedade competitiva (10.4%). Houve, aumento significativo (p< 0.05) do lactato (100%), percepção de esforço (200%), dor (600%), escala de estresse (200%) e inventario de estresse psicológico (11%). Conclui-se que psicologicamente uma corrida de UpHill pode diminuir a ansiedade, aumentar a autoestima e a felicidade dos corredores. Estes resultados permitem concluir que a referida prova, bem como o adequado treinamento de preparação para a competição, pode contribuir na prevenção e no tratamento de distúrbios de saúde mental, associados à baixa autoestima e à tristeza. Salientar a necessidade de realizar futuros estudos.