Alterações Ultra-estruturais Musculares Cardíacas Induzidas Pela Idade no Modelo Animal
Por Patricia Chakur Brum (Autor).
Em Revista Portuguesa de Ciências do Desporto v. 9, n 3, 2009.
Resumo
Este trabalho teve por objectivo caracterizar, no modelo animal,as alterações ultra-estruturais musculares cardíacas associada sao processo de envelhecimento biológico. A amostra foi consti-tuída por 31 ratinhos machos, com 3 meses (n=13) e com 7meses (n=18) de idade. Após sacrifício, a cada animal foiremovido o coração com posterior processamento da parede ventricular esquerda para análise à microscopia electrónica de transmissão. Após digitalização das fotografias, foram quantifi-cados o número, a frequência e as áreas, quer das mitocôndrias quer dos grânulos de lipofuscina/corpúsculos residuais. Os resultados evidenciaram uma maior heterogeneidade mitocon-drial e maiores dimensões destes organelos, para os vários per-centis estudados, nos animais de 7 meses. No que respeita àfrequência mitocondrial por área celular, não se observaramdiferenças significativas entre grupos (3 meses: 0,97±0,31 vs 7meses: 1,03±0,55; p>0,05). Também não foram observadasalterações na densidade mitocondrial (3 meses: 42,10%±9,64vs 7 meses: 45,17%±18,38; p>0,05). Os grânulos de lipofusci-na/corpúsculos residuais não aumentaram de dimensões nemalteraram a sua densidade celular com a idade (3 meses:0,35±0,51 vs 7 meses: 0,67±1,12; p>0,05); no entanto, a suafrequência, por área celular, foi significativamente maior nos animais de 7 meses (3 meses: 0,11±0,21 vs 7 meses:0,16±0,16; p<0,05). Dos resultados obtidos é possível concluir que são já evidentes nos animais de 3 meses alterações celula-res degenerativas, as quais se agravam com a idade do animal.Os resultados permitem ainda concluir que a área das mitocôn-drias cardíacas tende a aumentar com a idade, apesar da sua densidade celular se ter mantido constante.