Alunas com Paralisia Cerebral nas Aulas de Educação Física: Parcerias, Materiais e Atividades.
Por Alexandre Janotta Drigo (Autor), Cláudio Silvério da Silva (Autor), Rafael Spiller Pacheco (Autor).
Resumo
Já há algum tempo, estudantes brasileiros com deficiências passaram a ser atendidos, preferencialmente, no ensino regular. Tal mudança é fruto de estudos, lutas sociais e políticas destinadas à inclusão desses estudantes na sociedade. A partir desses movimentos, diversas leis foram redigidas e sancionadas para dar suporte a essa proposta de inclusão, tais como as Leis Federais nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 e, a 10.845, de 5 de março de 2004. Na Rede Pública de Ensino do Estado de São Paulo essa nova realidade demandou que escolas e professores se adaptassem a esse novo desafio, pelo que já se realizaram diversas ações, dentre elas: adequação estrutural de algumas escolas; definição de unidades especializadas para o atendimento de alunos com determinadas deficiências; criação de salas de recursos; oferecimento de cursos para formação; capacitação de professores e; fornecimento de materiais. Ainda assim, ao acolher estudantes com deficiências, um dos grandes desafios encontrados pelos professores foi trabalhar com a grande diversidade de deficiências, sendo elas: as deficiências física, visual, auditiva, intelectual (dentre elas a do espectro autista) e deficiências múltiplas. Esse é o caso da Escola Estadual Prof. Odilon Corrêa, situada na cidade de Rio Claro, Estado de São Paulo, que tem entre seu corpo discente duas estudantes com múltiplas deficiências, decorrentes de paralisia cerebral, e que estão matriculadas no 7º ano do Ensino Fundamental, neste ano de 2019. Com o objetivo de relatar as experiências no processo de inclusão e atendimento dessas estudantes, esse trabalho pretende mostrar quais são os recursos e estratégias que vêm sendo produzidos e utilizados para proporcionar uma efetiva participação dessas aulas nas aulas de Educação Física – mesmo que em atividades diferenciadas – a despeito das grandes limitações que apresentam. No caso dos recursos e atividades, estes vêm sendo produzidos e utilizados com a ajuda de voluntários. No que se refere às estratégias, o auxílio de alunos tutores durante as aulas têm colaborado para a integração das alunas e para o desenvolvimento do senso coletivo de seus colegas. Como resultados parciais, pôde se observar uma melhora nos movimentos residuais, na atenção seletiva e na satisfação dessas alunas em relação às atividades e a socialização.